As palavras serão sempre escassas para dizer da saudade. É quase noite, quase outono. As cores vibram, o mar embala os sentidos. Oiço o murmúrio da tua voz e espero.
É quase Setembro!
Quase outono.
Contemplo os reflexos da luz desenhados no oceano. É de ametista a cor da superfície das ondas. Por vezes tão bravias, outras vezes tão mansas.
O sol prepara-se para despedida da longa jornada.
É quase Setembro!
Quase outono na estação e na vida.
Oiço o murmúrio do vento. Entendo a linguagem simbólica da passagem dos anos. Do teus e dos meus. Os sons do mar contam- me uma narrativa de homens e mulheres de todos os tempos.
Uma lenda de conquistas e derrotas, de batalhas perdidas. Os sinais da marca dos anos desenhados nos sulcos do rosto.
Aquieto os gestos e deixo- me embalar pelos signos do universo.
Nos meus olhos a contemplação da luz da tua presença.
São Gonçalves