A tendência denominada ‘bed rotting’ está a revelar-se muito popular em redes sociais como a TikTok e o Instagram. Traduzido como “apodrecer na cama”, permite, em princípio, descansar ou fazer uma pausa no dia-a-dia.
Para praticar o ‘bed rotting’ em casa, basta eficar na cama durante todo o dia, ou até mais. O conceito consiste em estar deitado na cama o dia todo e só sair quando o corpo estiver completamente descansado.
No papel, esta tendência parece atraente. Mas, na realidade, suscita preocupações, sobretudo por parte dos profissionais de saúde. No TikTok, Jessi Gold, professora na Universidade de Washington, pergunta-se se o ‘bed rotting’ é uma necessidade real de descanso ou uma fuga à vida real?
Pode dormir sem fazer nada ou praticar atividades relaxantes como ver séries na televisão, consultar e-mails, ler, navegar nas redes sociais… Alguns fãs desta forma de estar na vida também dizem que comem na cama.
Esta prática contraria as recomendações da Organização Mundial de Saúde para a qual o movimento e o exercício são essenciais no combate ao sedentarismo. Segundo a OMS, é um importante factor de risco para as doenças não transmissíveis, como o cancro e a diabetes, bem como a quarta principal causa de morte prematura em todo o mundo.
Ficar parado durante muitas horas pode causar coágulos sanguíneos, o que pode reduzir o fluxo sanguíneo para órgãos vitais. Um corpo que não está em movimento acaba por ficar letárgico. Em vez de recuperar, perde o dinamismo e o entusiasmo, principalmente por causa da perturbação do relógio interno.
O ‘bed rotting’ também reduz as interações sociais, a exposição à luz exterior e priva as pessoas de atividades recreativas ao ar livre, como o tão importante caminhar. Quando esta atividade se torna recorrente e isola socialmente quem a pratica, pode ser a árvore que esconde a floresta. Como aconselha Jessi Gold, o melhor é questionar a sua saúde mental, pois a vontade de ficar na cama o dia todo pode ser um sintoma de depressão.