Acordei, mas de facto, o problema que me tem apoquentado nos últimos dias, não melhorou nem um bocadinho, apesar de uma boa noite de sono, receita que me havia sido recomendada como a possível solução para a resolução desse mesmo problema, ou, pelo menos uma boa ajuda nessa direção.
Há quem afirme que a vida é apenas 10% do que nos acontece, de bem ou de mal, e os outros 90% é a maneira como a isso reagimos.
Muitas vezes, alguns dos nossos maiores problemas, continuam a ser problemas porque lhes damos demasiada atenção. Dedicamos demasiado tempo, damos-lhe demasiada importância.
Se eu lhe entregasse um copo com água, e lhe pedisse que o segurasse na sua mão, qual acha que seria o peso desse copo com água?
Provavelmente aventurar-se-ia a dar-me um número baseado nos seus cálculos em relação ao copo e a água nele contida.
200 gramas? Ou…talvez 340 gramas? 275 gramas?
Pois eu digo-lhe que, o peso do copo com a água não é minimamente relevante aqui, mas sim o tempo em que você vai segurar nesse copo.
Se o segurar por um minuto, não tem problema nenhum.
Se o segurar por uma hora, o braço vai começar a doer.
Se o segurar durante todo o dia, o braço vai ficar dormente e paralisado.
O peso desse copo com água, continua a ser precisamente o mesmo que era quando você pegou nele para o segurar. O peso não mudou, mas o tempo que dedica a segurar no copo, torna-o cada vez mais pesado à medida que vai passando.
É assim com a vida, com as preocupaçes e os stresses do dia a dia.
Quanto mais tempo lhes dedicamos, maior e mais pesado se torna o problema
Se pensarmos nele por um bocado, não chega a ser um grande problema. Se pensarmos nele por mais tempo, começa a doer por dentro. Se passamos o dia a pensar nele, sentimo-nos paralisados, totalmente incapazes de fazer seja o que for.
Ou seja, o problema não está no peso do copo, nos stresses e preocupações da vida, mas sim no tempo que os mantemos connosco.
Torna-se num fardo pesado demais para ser carregado.
Não será melhor pousar o copo?
António Magalhães