Portugal pede apoio a Andorra para aceder ao Conselho de Segurança da ONU

Portugal solicitou o apoio de Andorra para a sua candidatura a um dos lugares não permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). O pedido foi feito de forma informal pelo cônsul-geral de Portugal em Andorra, Duarte Pinto da Rocha, durante um evento comemorativo do 51.º aniversário da Revolução dos Cravos, realizado na sede da associação folclórica Casa de Portugal, no edifício comunal La Llanterna, em Escaldes.
Durante a sua intervenção, Duarte Pinto da Rocha fez uma introdução sobre o 25 de Abril e a revolução que derrubou a ditadura salazarista. Nesse âmbito, realçou a importância da diplomacia e da cooperação internacional e, dirigindo-se à ministra da Cultura e dos Desportos, Mònica Bonell — representante do Governo de Andorra no evento — pediu abertamente o apoio à candidatura portuguesa ao Conselho de Segurança da ONU. A eleição decorrerá durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, onde Andorra tem direito a voto, tal como qualquer outro país membro.
De acordo com o site Altaveu, antes do evento, que incluiu uma videoconferência com a viúva de um dos Capitães de Abril, o cônsul desvalorizou, em declarações aos jornalistas, a diminuição do número de residentes portugueses em Andorra. “É uma questão estatística”, afirmou, estimando em cerca de 8.000 o número atual de cidadãos portugueses a viver no Principado. Porém, sublinhou que o mais relevante para o consulado é a “diáspora portuguesa”, que vai muito além desse número.




Nesse sentido, deu destaque ao fato de existirem muitas segundas e terceiras gerações de descendentes de portugueses que já têm nacionalidade andorrana, mas mantêm uma forte ligação às raízes lusas. Isso poderá significar o dobro ou mais de pessoas com ascendência portuguesa a residir no país. “Cerca de 20.000 pessoas”, estimou o cônsul, acrescentando que o mais importante é que “a comunidade está muito bem integrada” em Andorra.
Segundo a referida fonte, Duarte Pinto da Rocha sublinhou ainda que, ao contrário do que acontecia há algumas décadas, Portugal tornou-se hoje um país de acolhimento de imigrantes, o que considera ser “um bom sinal” da saúde económica do país.