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PORTUGAL+ debate emoções sem fronteiras

© Ricardo Silva / BOM DIA

Em debate de experiências e partilha visões profissionais, psicólogos e especialistas em gestão emocional defendem a necessidade de “gerir o vazio” e depois procurar pessoas e relações no processo de emigração, em discussão de painel do PORTUGAL+ Bruxelas 2023.

Na apresentação de um estudo de relação entre adultos, o investigador da Universidade Católica Portuguesa e colunista do BOM DIA, Carlos Barros, destacou que muitos jovens emigram para melhorar o equilíbrio vida-trabalho, questão que “as gerações menos jovens muitas vezes não percebem”.

Ainda sobre os jovens, que têm vindo a afirmar-se como uma fatia crescente da realidade atual da diáspora, Carlos fala de como a aposta na qualificação e formação pelos mesmos acaba por ser percepcionada como uma “injustiça” ficando o sentimento de que o “investimento não foi recompensado”.

Para além disso, “agora o espaço é presencial-digital”. Carlos Barros falou de como esta é uma realidade que traz vantagens no que toca à emigração, entre as quais poder ser um auxiliar na redução da percepção de solidão: “podemos conectar-nos não só por proximidade, mas por interesses”.

Ricardo Silva / BOM DIA

O painel “Emoções sem fronteiras”, moderado pela especialista em comunidades digitais Fabiana Bravo, contou ainda com um debate entre profissionais, psicólogos e especialistas em gestão emocional.

“A terapia é também uma janela com Portugal, além de ser terapia”, diz Andreia Vieira. “A solidão é um tema frequente mas que já vai com a pessoa lá para fora”, explica a psicóloga, introduzindo a problemática da inserção dos emigrantes nas comunidades de acolhimento. 

O coach e colunista do BOM DIA, Michel Mendes, concordou. Partilhando a sua história pessoal com a emigração, confessa que também experienciou esta solidão, mas que “o vazio já vinha de lá”.

Para além disso, “quem fica em Portugal vai sentir o vazio” adianta o coach, relembrando que não é só devido ao fenómeno da emigração que este sentimento aparece. “Os meus pais tiveram dificuldades por não terem os seus pais presentes. Não ter esses pilares é difícil”, clarifica.

Ricardo Silva / BOM DIA

Quando emigrou, Catarina Salgueiro Maia deixou a filha mais velha em Portugal. “Ficou com a avó para continuar a escola e não desamparar a minha mãe. Refugiei-me no trabalho e no BOM DIA, que era uma ligação” ao país, e à língua portuguesa.

Realçando o papel importante da comunidade na experiência de um emigrante, Susana Xará também partilhou a sua experiência: “procurei a comunidade portuguesa em igrejas e cafés e liguei-me muito à comunidade portuguesa. Hoje conheço muito bem a comunidade, e o melhor de Bruxelas são os portugueses”, diz.

Foi desta forma que criou um grupo de portugueses nas instituições europeias para falarem português e partilharem informações. “Não há razão para a solidão porque há muitas formas de encontrar compatriotas. Não há razão para se sentir isolado”, diz a conselheira de projetos na Comissão Europeia.

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