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O país da crise constante

D. João II é considerado o rei mais inteligente da História de Portugal. Deve-se a ele o grande impulso dos Descobrimentos ou o Encontro de Culturas, pois essa missão é um salto qualitativo no processo científico em direcção ao sul de África.

Manda três vezes Diogo Cão à foz do Rio Zaire para se certificar se ali sempre existe a passagem do Atlântico para o Índico, uma vez que o monarca colocava sérias reservas que ali se processasse essa ligação.

Depois da terceira viagem, Diogo Cão desaparece da circulação, uma vez que as informações transmitidas ao monarca não eram certezas.

Encarrega Bartolomeu Dias de navegar mais para sul até encontrar a célebre passagem nesse Cabo das Tormentas.

Bartolomeu é confrontado com uma crise a bordo, uma espécie de revolta da tripulação, tendo esta já sintomas de escorbuto, pois a passagem era ainda longa e dificil.

Prometeu Bartolomeu Dias o regresso a Portugal depois de navegarem mais alguns graus para sul ainda. Não encontrou passagem. Decidiu-se pelo regresso, fazendo, porém, um desvio ao largo.

O regresso pela mesma rota e junto à costa logicamente que teria de encontrar terras do seu lado direito. Tal não aconteceu, mas veio a encontrar terras do seu lado esquerdo, o que significava que o Cabo das Tormentas havia sido dobrado, sem que o Gigante Adamastor ,entidade mitológica criada por Camões, tivesse podido impedir esse feito.

Regressado a Portugal, o monarca sabia que a chegada à India era apenas uma questão de tempo.

Acentuou-se a Politica de Sigilo e a Doutrina do Mare Clausum do Principe Perfeito. Ninguém poderia difundir em que mares Portugal navegava e proibido era dar a conhecer a nossa cartografia.

Mas o que poderia um país como Portugal fazer com pouco mais de um milhão de habitantes e com cerca de quarenta mil homens em circulação na vigilância dos mares para que esse mesmo mar apenas fosse destinado às naus portuguesas?

Foi impossível!

Poderíamos afirmar que a Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia é obra de D. João II e a chegada a Calecut é apenas o feito conseguido por D. Manuel I.

Duas crises haveriam de surgir no tempo do Venturoso; depois da chegada das especiarias da Índia a Lisboa, cidade das mais desvairadas gentes, e logo após igualmente da Descoberta do Brasil, por Pedro Álvares Cabral.

Autores há que se referem ao Periodo do Ócio, sobretudo em Lisboa, com a chegada de milhares de escravos negros, que realizavam toda a espécie de trabalhos, enquanto burgueses e nobres se passeavam em liteiras aos ombros de escravos.

A outra crise foi criada com as perseguições a Judeus e Muçulmanos com massacres para agradar aos Reis Católicos de Espanha e cumprir o que havia sido acordado no contrato de casamento com Isabel de Aragão.

Sendo o Rei do período da Reforma acabou por pedir ao Papa autorização para introduzir em Portugal a Inquisição, tribunal do Santo Oficio de triste memória, que imensas situações de crise criou com D. João III .

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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