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Nick Mason: Saucerful of Secrets – The Echoes Tour

Finalmente aconteceu. Os bilhetes esses já os tinha comprado há mais de dois anos.

Comprei-os, para mim e para o meu filho Miguel, para vermos Nick Mason, baterista dos Pink Floyd, no Sheffield City Hall, concerto inserido na digressão, ‘”Saucerful Of Secrets – The Echoes Tour”, que seria realizada em abril de 2020. Não foi.

O inimigo invisível já tinha começado a causar os seus nefastos efeitos e a Tour foi adiada, ficando o concerto de Sheffield, agendando para Outubro, e de Outubro desse mesmo ano, para Maio de 2021, e de Maio de 2021, para 30 de Abril de 2022.

E que concerto. Se o meu filho que é da geração pós Pink Floyd, gostou, ‘’I really enjoyed’’ disse-me no dia seguinte no café da manhã, é porque de facto foi um grande concerto. Dito por mim talvez não tivesse a mesma credibilidade, pelo simples facto de que sou logo suspeito, uma vez que sou fã da banda e das músicas, há mais de 40 anos.

Pelos vistos a ideia deste projeto surgiu na cabeça de Lee Harris, que começou por convencer Guy Pratt, um colaborador de Pink Floyd desde que Roger Waters deixou a banda e este o substituiu no baixo, em concertos ao vivo. Por sua vez, Guy convenceu Nick Mason. Juntaram-se ao projeto, Gary Kemp, ex Spandau Ballet, e Dom Beken nos teclados.

A ideia deste projeto foi a de tocar músicas dos primeiros tempos dos Pink Floyd, como que um tributo a Syd Barret, cofundador da banda e principal responsável pelos seus primeiros êxitos. Músicas essas que ao longo dos anos ficaram um pouco ofuscadas pelo enorme sucesso dos álbuns, Dark Side of The Moon, e The Wall.

Os primeiros quatro concertos, desde a criação deste projeto, foram efetuados em Londres, a 20 de Maio de 2018, no pub Dingwalls, e poucos dias depois mais três espetáculos no Half Moon, Rock’n’roll pub, in Putney, num ambiente intimista.

O enorme sucesso destes quatro espetáculos ditou a concretização final do projeto, Saucerful of Secrets, que eu tive a oportunidade de ver em Aylesbury, arredores de Londres, e que na altura registei com um artigo no Bom Dia e no Tempo Caminhado.

Esta digressão viu a banda expandir ainda mais o seu reportório, tocando músicas do catálogo inicial de Pink Floyd, passando por álbuns como Atom Heart Mother, Hummagumma, Meddle, e até ao álbum de 1972, Obscured By Clouds.

Quem diria que Gary Kemp, dos Spandau Ballet, um dia iria tocar e cantar músicas de Pink Floyd e que o faria com tanta mestria.

De Guy Pratt, um veterano colaborador de Pink Floyd já lá vão mais de trinta e cinco anos, já sabíamos as suas excelentes qualidades como baixista e vocalista, mas, pelo menos pela parte que me toca, Lee Harris eu não conhecia. Revelou-se desde o início um guitarrista de excelência, e quanto a Don Beken deixaria com toda a certeza, Richard Wright, com um enorme orgulho pelo trabalho que tem feito nesta banda quando teve a coragem suficiente para assumir tamanha responsabilidade.

E depois, claro, o grande Nick Mason, que apesar dos seus 78 anos de idade continua a mostrar que é um génio, um baterista de excelência.

Em Sheffield, no passado sábado, numa casa completamente cheia, Nick Mason lembrou que a última vez que estivera em Sheffield, com a sua banda, os Pink Floyd, fora em 1967 com Jimi Hendrix, Experience Tour.

Bem sei que somos todos eternos, e que mortais, só são obviamente, os outros. Até porque, quando nos parte um ente querido, fica-nos ‘’eternamente’’ no coração. Mas mesmo a eternidade tem um tempo limitado, e duvido muito que volte a ter oportunidade de ver esta banda tocar uma vez mais, mas… que porra, valeu bem a pena.

António Magalhães

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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