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Marcelo: Portugal beneficia com atual contexto internacional

O Presidente da República considerou hoje que Portugal é um “beneficiário líquido” da situação vivida a nível internacional, por ser visto “como longínquo da guerra” na Ucrânia, e defendeu que “o inteligente é saber aproveitar essa ocasião”.

“Tal como aconteceu, embora de forma muito diferente na Segunda Guerra Mundial, somos de momento beneficiários líquidos da situação vivida: Portugal está solidário na guerra, mas é visto longínquo da guerra, é visto longínquo da guerra para o turismo, é visto longínquo da guerra para o investimento”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa. 

O Presidente da República falava no encontro “Portugal XXI: País de futuro”, que decorreu hoje na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, que também contou com a participação da ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, do vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz, e do presidente do Portugal XXI, Hugo Nogueira. 

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que “o que era a loucura do investimento para a Europa do Leste num determinado momento, agora passa a ser um modismo, ou pode ser um modismo para Portugal”. 

“O mesmo se aplica em comparação com outros parceiros nossos, que são mediterrânicos, ou quase mediterrânicos, mas mais próximos da charneira atritiva”, sublinhou.

O chefe de Estado defendeu que é por ser um beneficiário líquido que Portugal assiste atualmente a “números do turismo que ultrapassam já 2019 – não é 2020 ou 2021 – e números de investimento que estão a ultrapassar 2019, é verdade que com a ajuda da inflação”.

“Há que descontar a inflação, mas, mesmo descontando a inflação, é o que é. É a realidade que é. Dir-se-á: ‘é conjuntural, porque o investimento largamente é imobiliário numa parte, deriva de haver economias ou sociedades que estão instáveis e, na dúvida, as pessoas procuram o lugar seguro’. Foi assim noutros tempos, o inteligente é saber aproveitar essa ocasião, porque é em parte irreversível, em parte pode não repetir-se com a mesma frequência”, frisou.

Marcelo reiterou que o atual “ponto de partida é interessante” e referiu que, aqueles que acham que se deve apenas à inflação, “ficarão perplexos” quando virem o Produto Interno Bruto (PIB) do país no final de 2022, “mesmo que daqui até fim do ano haja só estagnação”. 

“[Ficarão] perplexos e dirão: ‘mas como é que é possível?’. É possível por um somatório de fatores em que, um não despiciendo, é a capacidade de resiliência do tecido empresarial. O tecido empresarial, com a pandemia, teve de realmente transformar-se e teve de refazer-se, e refez-se e está a refazer-se”, sublinhou. 

O Presidente da República sublinhou assim que Portugal tem, neste momento, “uma almofada”.

“Na dívida pública, tem almofada para este ano e para o que vem, por causa da reciclagem da dívida, dá-nos essa folga. Tem essa folga mesmo que haja a inevitabilidade de o Banco Central Europeu [BCE] subir os juros, mesmo que a inflação continue por um tempo, porque a guerra vai continuar e os ajustamentos anteriores estão aí… Tem almofada”, reforçou. 

O chefe de Estado sublinhou que o país “tem de aproveitar bem essa almofada”, utilizando-a “para tentar fazer o melhor possível em relação aos desafios” que o país atravessa. 

Nesse sentido, Marcelo Rebelo de Sousa abordou o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para salientar que deve contribuir para “facilitar os avanços estruturais” do país e, “ao mesmo tempo, servir de almofada nos anos de 2022, 2023 e 2024 para aquilo que possa acontecer externo que não corresponda ao panorama que, neste momento”, faz de Portugal um dos “beneficiários líquidos”. 

“É essa dupla função que o PRR deve desempenhar, para o que não pode atrasar-se muito, para o que deve ter a maior, mais elevada taxa de execução. (…) [É preciso tirar] o máximo proveito possível, mesmo daquilo que não compreendamos, achemos que não devia ser assim, devia ser uma coisa diferente… O máximo proveito para estas duas funções”, sublinhou. 

O Presidente pediu ainda que se dê “muita atenção ao Portugal 2030, porque o Portugal 2030 – cujo delineamento ainda está por fazer – não é menos importante” do que o PRR, e “nalgumas áreas é mais importante”.

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