Macron: migrações resolvem-se na origem e a nível europeu

Depois de uma movimentada sequência internacional, com a visita a França de Carlos III e do Papa Francisco, Emmanuel Macron revelou este domingo à noite num direto televisivo os contornos do planeamento ecológico, bem como medidas sobre o poder de compra.
Emmanuel Macron reconheceu, na entrevista, que o Papa Francisco “tem razão” ao apelar a “uma onda contra a indiferença” para com os migrantes. No entanto, afirmou que os franceses estão a “fazer a sua parte”. “Devemos ser rigorosos. Não podemos aceitar toda a miséria do mundo”, acrescentou, parafraseando o ex-primeiro ministro socialista Michel Rocard.
Para o presidente, o cerne da resposta “não está em França”, mas sim com a União Europeia: “Devemos ter uma abordagem coerente com os países de origem a quem vamos dizer: ‘nós ajudamos os vossos projetos económicos, mas têm de nos ajudar a desmantelar as redes que levam essas pessoas a deixar os seus país.'”
“Quero que exportemos especialistas e equipamentos” para a Tunísia e a Argélia para desmantelar estas redes, indicou ainda o chefe de Estado francês.
Perante a inflação e o aumento do custo de vida, Emmanuel Macron sublinha que “a primeira coisa em que nos concentramos é em criar empregos e garantir que sejam mais bem pagos”.
O aumento dos preços dos combustíveis deve-se à “geopolítica internacional”, disse Emmanuel Macron. Indicou que a primeira-ministra Elisabeth Borne vai pedir aos distribuidores “que fizessem um preço de custo, para que ninguém tenha margem”.
Acrescentou que ia pedir ao governo que continue a apoiar os franceses que trabalham e precisam de viajar: “É um mecanismo que deve ser limitado aos trabalhadores e até um máximo de 100 euros por carro por ano.”
Para Emmanuel Macron, devemos abandonar o carvão porque é a energia fóssil “mais poluente”: “Até 2027, converteremos as duas centrais a carvão restantes em biomassa. A França estará entre os primeiros na Europa a abandonar o carvão.”
O presidente também quer continuar a electrificação dos automóveis, produzindo pelo menos um milhão de veículos eléctricos até ao final do seu mandato de cinco anos e também mais baterias, com quatro fábricas dedicadas a essa atividade.
Veja a entrevista na íntegra: