Inov@lheira, um projeto que quer mostrar a nossa alheira ao mundo

O projeto Inov@lheira vai dispor de 700 mil euros para modernizar a alheira, sem comprometer a sua autenticidade, desenvolver novas tecnologias de conservação e conquistar novos mercados, anunciou hoje o consórcio responsável pela investigação.
“O projeto surge do enorme desafio que é promover inovação na produção da alheira e, ao mesmo tempo, manter as características únicas deste produto alimentar tão típico da gastronomia portuguesa. Assim, partindo do extenso conhecimento sobre o fabrico da alheira, juntamos um grupo de parceiros com experiência na vertente alimentar e que trazem conhecimento e tecnologia para que consigamos produzir alimentos que levem a alheira a novos mercados”, afirma, citada em comunicado, a presidente executiva (CEO) da Fumeinor, Assunção Rosinha.
É esta empresa sediada em Boticas, distrito de Vila Real, que lidera o consórcio, que tem como parceiros os laboratórios colaborativos AquaValor – Centro de Valorização e Transferência de Tecnologia da Água, (Chaves) e o More – Montanhas de Investigação (Bragança) e o Parque de Ciência e Tecnologia Tagusvalley.
Iniciado em janeiro, o Inov@lheira é apoiado pela União Europeia, resulta de uma candidatura aprovada no âmbito do Portugal 2030, com um investimento total elegível superior a 700 mil euros, e visa aliar tradição e tecnologia para desenvolver um produto que respeite o património gastronómico português e, ao mesmo tempo, responda às novas exigências e tendências do mercado.
Com uma produção atual que ultrapassa as cinco toneladas anuais, a alheira gera um volume de negócios superior a 30 milhões de euros e emprega mais de 700 trabalhadores.
Através do projeto pretende-se ajudar este produto a crescer e conquistar novos mercados, fortalecendo a sua posição tanto a nível nacional como internacional.
Assim, segundo o comunicado, o Inov@lheira propõe-se desenvolver uma massa de alheira, pronta a consumir, que mantenha as suas características organoléticas e textura tradicionais.
O objetivo é, acrescenta, “expandir e diversificar toda a experiência sensorial da alheira, tornando-a mais apelativa a novos mercados e públicos-alvo”, bem como “criar uma versão funcional da alheira, enriquecida com ingredientes que promovam benefícios para a saúde e de forma a contribuir para uma alimentação mais equilibrada, alinhando o produto com as atuais exigências dos consumidores”.
Um dos desafios do Inov@lheira é promover a implementação de novas tecnologias de conservação, sem recurso a conservantes artificiais, contribuindo para aumentar a durabilidade do produto e reduzir o impacto ambiental da sua produção.
“Os primeiros passos do projeto passam pela monitorização do processo de fabrico e avaliar em que etapas podemos utilizar a ciência e o desenvolvimento para obter um produto inovador e diferenciador,” explica Assunção Rosinha.
O projeto desenvolver-se-á em várias etapas e começa com uma análise detalhada do processo de produção da alheira tradicional, com o objetivo de identificar as etapas críticas e promover um conjunto de testes e atividades de inovação e desenvolvimento.
Paralelamente, serão avaliados e selecionados ingredientes funcionais que serão posteriormente incorporados na formulação, assegurando a introdução de melhorias nutricionais e funcionais, sem comprometer as características sensoriais distintas da alheira.
“É com grande entusiasmo que olhamos para o projeto Inov@lheira e para os frutos que certamente vão trazer para a indústria da alheira, que possam ser um impulso importante para a economia da região”, destaca Assunção Rosinha.