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Época natalícia pode ser sinónimo de angústia e ansiedade

© dr

Na aproximação da época natalícia e festiva, começa a ser pertinente falar das questões de ansiedade e do aumento de pedidos de ajuda nesta época, que seria previamente associada à felicidade e à família, pelo que, na realidade de muitas pessoas é sinónimo de angústia e ansiedade. Esta ansiedade está relacionada principalmente não só com as compras dos presentes, com a correria às lojas e algum consumismo, mas principalmente associado à organização e estruturação dos dias natalícios, “afinal onde vamos passar o natal este ano? ”Este ano temos menos um membro presente”. Mais do que isso, começam a surgir emoções tais como solidão, memórias muitas vezes associadas a algum trauma proveniente da ausência ou solidão nesta época em que é associada ao amor e à família, e quando não se teve ou não se tem esta família ou idealização da mesma…

Os sentimentos começam a ser negativos. Por exemplo, se eu tive uma infância marcada pela negligência, sentimento de solidão, nesta época essas emoções mesmo que inconscientemente vêm ao de cima, o que pode causar ansiedade.

Por outro lado, sabemos que no momento das reuniões familiares há certamente membros que não vemos a algum tempo, e em que muitas vezes são feitas questões tais como:” então já casaste?/já tens namorado?” “Não estás a comer muito?” “Com a tua idade eu já estava noutra fase da minha vida” “afinal quando sais de casa?” Estes comentários podem ser efetivamente angustiantes principalmente se a pessoa já vive angustiada com as comparações que faz de si mesma com os outros e com a sociedade. É fundamental que tenhamos em mente que todos nós temos o nosso próprio ritmo, crenças, objetivos e não temos que seguir nenhuma regra só porque a maioria o faz.

Estamos sempre a tempo e nunca é tarde, o que era ontem pode não ser amanhã, cada um é feliz há sua maneira e se não sabe o caminho a seguir, o caminho é procurar ajuda a nível de psicoterapia e autoconhecimento, para nos vermos livres do peso da opinião dos outros e de quem nos é próximo, não é por ser família que temos que levar como regra tudo o que é dito. Sejamos livres de saber o que queremos. Não nos limitemos pelo que nos é dito, o que nos dizem inclui e diz também muito sobre o que é a visão e a bagagem dessa própria pessoa, que projeta no outro mesmo que de forma inconsciente. Ou seja, não faz sentido eu assimilar o que é do outro, e não meu, que sou outra pessoa, com uma história diferente!

Andreia Vieira

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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