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Carnaval da Terceira avança com candidatura a Património da UNESCO

© DR

O Governo Regional dos Açores, os municípios da ilha Terceira e o Museu do Carnaval da ilha estão a preparar uma candidatura para que o Carnaval terceirense seja reconhecido como Património Mundial da UNESCO. A candidatura à UNESCO pretende garantir que esta tradição secular, tão querida pelos terceirenses e pela diáspora açoriana, seja preservada e reconhecida mundialmente como um património cultural único.

Para quem não conhece, o Carnaval da ilha Terceira é uma manifestação cultural profundamente enraizada na identidade açoriana. Este ano, o evento conta com 44 bailinhos, quatro comédias, duas danças de espada, sete danças de pandeiro e um monólogo, mobilizando cerca de 1500 artistas (numa ilha com cerca de 55 mil habitantes), consolidando-se como um dos maiores festivais de teatro popular do país. Estes espetáculos, marcados pela crítica social, reúnem músicos e atores amadores que atuam gratuitamente entre o sábado e a terça-feira de Carnaval, em mais de 30 salas espalhadas pela ilha.

“Penso que é o único festival em que as próprias pessoas que fazem o evento pagam para divertir as pessoas [que estão a assistir], para tocar, para cantar”, afirmou, em declarações à Lusa, Evandro Meneses, músico, ator e escritor de danças e bailinhos de Carnaval.

“Eu gostaria de ver isto como uma candidatura da própria ilha, aqui representada pelas duas autarquias (Angra do Heroísmo e Praia da Vitória) e pela direção regional da Cultura, porque é algo que está muito para além de cada um dos concelhos e que tem um interesse superior até ao regional”, afirmou Álamo Meneses, presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.

Sandra Garcia, diretora regional da Cultura, destacou que esta manifestação cultural extravasa em muito os dois concelhos, a ilha e a região e defendeu que deve ser reconhecida internacionalmente. Já a presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Vânia Ferreira, sublinhou que a distinção da UNESCO “dará uma projeção muito grande” à ilha, contribuindo para a sua valorização e preservação. César Toste, responsável pelo Museu do Carnaval Hélio Costa, acredita que este reconhecimento ajudará a atrair turistas e a fortalecer o sentimento de identidade dos terceirenses. Apesar dos desafios da candidatura, todas as entidades envolvidas demonstraram confiança na concretização do projeto, que ainda não tem data para ser formalmente apresentado.

Acrescente-se que a forte ligação entre os emigrantes e o Carnaval da Terceira também se reflete nesta tradição. Muitos terceirenses espalhados pelo mundo acompanham os espetáculos através de canais como a VITEC, e este ano, como é habitual, alguns emigrantes regressaram à ilha apenas para participar nos bailinhos. Um exemplo disso é o grupo “Amigos do Carnaval de Warren”, dos Estados Unidos da América, composto por 27 elementos, que regressa à Terceira para atuar com o tema “Há sempre lugar pra más um”.

Veja agora a galeria de fotos que ilustra um pouco do Carnaval da ilha Terceira:

Recorde-se que as tradicionais danças, bailinhos e comédias de Carnaval da ilha Terceira já integram o Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial de Portugal desde 2020.

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