De que está à procura ?

Europa

Cada vez mais migrantes tentam a sorte na Mancha

© Steve Finn

As tentativas de travessia clandestina de migrantes para chegarem ao Reino Unido aumentaram em flecha no primeiro semestre de 2022, depois de um ano já recorde de 2021, segundo o Ministério do Interior francês.

Entre 1 de janeiro e 13 de junho de 2022 foram registadas “777 tentativas de travessia por pequenos barcos envolvendo 20.132 pessoas (mais 68% em relação ao mesmo período de 2021)”, revelou hoje à France-Presse o ministério.

Em 2021, estas tentativas de atravessar o Canal da Mancha, em geral por barcos insufláveis, da costa norte da França, entre Calais e Dunquerque, atingiram um “recorde”, com 52.000 pessoas a tentarem e 28.000 migrantes a conseguirem, segundo dados comunicados em janeiro.

“A taxa de controlos está constantemente a aumentar, com 61,39% das travessias marítimas impedidas pelas forças de segurança interna francesas (mais 4,2 pontos em relação à taxa de 2021) e 10.090 indivíduos (mais 65%) detidos desde o início do ano”, adiantou o Ministério do Interior.

O Reino Unido continua a endurecer a postura sobre o assunto e, nomeadamente, criou uma estratégia controversa de querer enviar requerentes de asilo que chegaram ilegalmente ao seu solo para o Ruanda, país com o qual chegou a um acordo denunciado por ONG e defensores dos direitos humanos.

Na passada terça-feira, um primeiro voo charter que transportava até 130 migrantes (incluindo iranianos, iraquianos, albaneses e sírios) para Kigali foi impedido ‘in extremis’ por uma decisão do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH), numa decisão o governo britânico voltou a descrever este fim de semana como “escandalosa” e “opaca”.

O avião estava pronto para descolar de uma base militar inglesa quando o TEDH, entidade judicial do Conselho da Europa que supervisiona o cumprimento da Convenção Europeia dos Direitos do Homem, travou a sua saída.

O tribunal sediado em Estrasburgo disse que a justiça britânica tem de analisar em pormenor a legalidade do plano, mas o Governo britânico reiterou a sua disponibilidade para prosseguir esta política.

“Houve um estranho revés de última hora em Estrasburgo. Vamos ver onde vai dar”, disse no sábado o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

“Mas estamos serenos quanto à legalidade do que estamos a fazer e vamos continuar essa política”, acrescentou.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA