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Alcochete ganha pontos na corrida para receber novo aeroporto

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O presidente da Câmara Municipal de Alcochete, Fernando Pinto (PS), defendeu esta terça-feira que a eventual localização do futuro aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete (CTA) “cumpre dois pressupostos fundamentais, a segurança de pessoas e bens”.

“No CTA, a população de Alcochete não vai ser prejudicada, nem pelo levantamento nem pela aterragem [de aeronaves]. Do ponto de vista ambiental, naturalmente serão feitos estudos de detalhe de impacto ambiental, mas eu recuei no tempo e lembro-me de ter terminado o prazo do Estudo de Impacto Ambiental, que vigorou durante praticamente dez anos, e que dava boa nota ao CTA”, disse à agência Lusa Fernando Pinto.

O presidente da Câmara de Alcochete, no distrito de Setúbal, reagiu desta forma à recomendação da Comissão Técnica Independente, que identificou Alcochete como a solução com mais vantagens para a construção do novo aeroporto e a manutenção de um `hub´ (aeroporto que funciona como plataforma de distribuição de voos) intercontinental, que considera ser “uma boa opção estratégica”.

“Eu espero que este trabalho, que foi complexo, não seja desperdiçado pelo próximo Governo, pelo próximo primeiro-ministro de Portugal. E, quem quer que seja [o futuro primeiro-ministro], que dê continuidade a este trabalho que foi desenvolvido e que me parece correto”, disse Fernando Pinto.

Se isso não acontecer, será “no mínimo, uma falta de responsabilidade”, afirmou.

“É legítimo que possa acontecer, devo sublinhar, mas, no geral, não me parece credível que, num processo em que estamos a discutir há pouco mais de 50 anos, deitemos por terra este trabalho, o investimento que foi feito na comissão técnica independente, para desenvolvermos um outro projeto qualquer, que não este que vai beneficiar o país e particularmente a região onde estamos inseridos”, acrescentou o presidente da Câmara Municipal de Alcochete.

De acordo com o relatório preliminar da comissão técnica independente responsável pela avaliação ambiental estratégica para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa, que estudou nove opções, são viáveis as soluções Humberto Delgado + Campo de Tiro de Alcochete, até ficar unicamente Alcochete com mínimo de duas pistas, bem como Humberto Delgado + Vendas Novas, até ficar unicamente Vendas Novas, também com um mínimo de duas pistas.

Já as opções Humberto Delgado + Montijo e Montijo como ‘hub’ foram classificadas como “inviáveis para um ‘hub’ intercontinental”, por razões aeronáuticas, ambientais e económico-financeiras “devido à sua capacidade limitada para expandir a conectividade aérea”.

Humberto Delgado + Santarém e Santarém como aeroporto único “não são opção por razões aeronáuticas (de navegação aérea)”, apontou a CTI.

 O relatório entrará em consulta pública durante 30 dias úteis, prazo findo o qual a CTI, após avaliar “a racionalidade, o mérito, a oportunidade e a pertinência técnica de cada um desses contributos, à luz dos fatores críticos para a decisão”, fará então o relatório final.

Com a elaboração deste relatório final ficará concluído o mandato da CTI.

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