Opinar sobre futebol talvez seja dos temas mais difíceis para o fazer.
O tema apresenta-se exaustivo, pois a comunicação social não deixa pitada para qualquer atrevido que ouse falar da bola jogada com os pés.
Jornais diários e semanais, canais televisivos, treinadores de bancada, redes sociais, discutem, analisam, criticam até ao mais ínfimo pormenor, permita-se-me a redundância, que nada deixam para a minha pequena audácia.
O Sporting contra o Benfica, neste último sábado, polarizou toda a informação.
Não vou discutir sobre a justiça do vencedor ou sobre a dignidade do vencido.
Quero apenas citar a pressão exercida sobre os atletas,grandes pensadores com os pés, pelos treinadores e “opinion makers” desta cientifica matéria que é os “feet” no “ball”.
Como a moda linguística é o inglês, pois o francês perdeu fôlego perante o imperialismo da Velha Albion, eis-me completamente “up to date”.
Mas dizia eu que a vozearia do treinador do Sporting aliada à vozearia gutural do Presidente criam mal-estar.
Sabemos que há condições psicológicas e a sua aplicação fazem parte da atitude que podem influenciar os encontros, mas há limites para tanto alarido.
O Sporting dispensa tais tratamentos e a existirem razões que contribuam para a desconfiança, com interferência de máfias no futebol, é razoável mais discrição, mas mais acções que provem essa desconfiança sem gritaria.
Os alaridos são prejudiciais, até porque o Sporting tem deslocações ainda muito difíceis que podem fazer descer mais a equipa.
Só marcando golos é que se é campeão.
Poderiamos discutir os salários chorudos dos jogadores. Há uma grande tolerância sobre essa matéria.
Não há tolerância, porém, sobre o que vai ganhar a ex-Ministra Luis Albuquerque na empresa Arrow da Inglaterra.
A SIC Notícias já divulgou os míseros cinco mil euros mensais aliados aos três mil e quatrocentos como deputada.
Só um país em crise fala desta ninharia comparada com as fortunas dos Treinadores do Sporting e do Benfica.