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Ainda o desígnio nacional

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Umas amigas e amigos pediram-me que eu explicasse melhor o que publiquei sobre o desígnio.

Direi eu que em todas as revoluções, desde 1640, houve sempre um cunho colonial.

A Restauração não foi apenas a expulsão dos espanhóis de Portugal. Pretendeu libertar-se igualmente algumas regiões do Brasil, nomeadamente capitanias, que se encontravam na posse dos holandeses, porque os monarcas espanhóis nunca se preocuparam com a defesa dos nossos territórios ultramarinos.

Libertadas essas capitanias, os próprios colonos brasileiros organizaram e financiaram a armada de Salvador Correia de Sá e Benevides que foi libertar Luanda também na posse dos holandeses.

O mesmo acontecia em S.Tomé e Principe, onde não houva combates, porque os holandeses apressaram-se a abandonar o território,quando souberam da queda de Luanda.

Verdade seja dita que Portugal recuperou o triângulo da escravatura, essencial para o trabalho nos engenhos do açúcar no Brasil.

A Revolução de 1820, na continuidade da de 1817 falhada, foi para acabar com o Absolutismo Real, mas teve também um cunho colonial, pois o Brasil tinha sido aspirado à categoria de Reino, depois da fuga da Familia Real às tropas napoleónicas, o que prejudicava interesses comerciais da nobreza e burguesia.

A Revolução obrigou a Familia Real a regressar a Portugal e o Brasil passou de novo à categoria de colónia.Contudo,o Grito do Ipiranga levou à Independência do Brasil em 1822, com reconhecimento de Portugal em 1825.

De novo houve outro cunho colonial com o Ultimatum Inglês, o qual obrigava a guarnição militar portuguesa a sair da região do Chire, território situado entre Angola e Moçambique e davam-nos 48 horas para cumprimento, porque os ingleses desejavam construir um linha de caminho de ferro do Cabo até ao Cairo e se não cumprissemos declaravam-nos guerra. D.Carlos cedeu porque não estávamos em condições de suportar uma guerra contra a Inglaterra. Os Republicanos e a loja maçónica a Carbonária armaram a mão do Manuel Buiça,que assassinou o monarca,o seu filho mais velho, Luis Filipe, e feriu o filho mais novo, D.Manuel.

Depois a Primeira República defendeu as colónias, durante a Grande Guerra de 1914/18. Por isso,o maçónico Afonso Costa, PM, exigiu indemnizações de guerra à Alemanha, quando do Tratado de Versailles.

Seguiu-se a Segunda Guerra Mundial e apesar da nossa “neutralidade colaborante” no conflito tivemos sempre em vista a defesa das colónias e esta defesa vai continuar, depois de 1960, após os ataques ao Posto de Policia, na Estrada de Catete, em Luanda, pelos terroristas do MPLA,em 4 de Fevereiro de 1961. Logo se seguiu em 15 de Março do mesmo ano o ataque da UPA de Holden Roberto, no norte de Angola, com milhares de mortos barbaramente assassinados.

Dentro do principio do desígnio nacional, o Presidente do Conselho de Ministros, Salazar, proclama o “rapidamente e em força para Angola” para defesa do território, liquidando a tentativa de golpe de estado do General Botelho Moniz.

Durou 13 anos este conflito a que se juntou depois Moçambique e Guiné, territórios infiltrados pela URSS,China e EUA, cobiçosos das riquezas ultramarinas, fomentando revoluções nesses territórios, depois de 1960 termos perdido o Estado da Índia, invadido pelas tropas do Pandita Nerhu, embora Portugal tenha ganho a questão no Tribunal Internacional da Haia, mas o direito da força sobrepôs-se à força do direito.

Finalmente, a Abrilada desfez-se de todo o Ultramar, entregando num ano, todo ele, com um processo de descolonização vergonhoso e criminoso, em que uma tropa fandanga tem sérias responsabilidades.

A descolonização foi um processo de traição à Pátria e aos povos descolonizados, em que não foram acautelados quaisquer interesses nacionais, pois foi antes a transferência do poder para movimentos conotados com o comunismo soviético, como o PAIGC, MPLA, FRELIMO, FRETILIN e MDLSTP, enquanto Macau foi entregue à China, apesar de ter sido uma doação do Imperador Chinês a Portugal, por termos combatido os piratas dos Mares da China,com um armada enviada por D.João III a pedido do citado imperador.

Hoje, os heróis da Abrilada silenciaram a ideia do Marechal Spínola que preconizava uma descolonização a 20 anos, o que seria do interesse de Portugal e dos territórios do Ultramar.

Toda a esquerda portuguesa traiu o DESÍGNIO NACIONAL e, ao mesmo tempo, dissipou a “pesada herança fascista”, gastaram toneladas do ouro do Banco e endividaram o pais escandalosamente e até tivemos uma bancarrota com o governo socialista de Sócrates.

Hoje estamos dependentes das esmolas da UE e o pais não possui nenhum desígnio nacional.

Isaías Afonso

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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