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A tradição de passar na fronteira de Vilar Formoso

A Associação Territórios do Côa pretende avançar com medidas de captação de emigrantes e turistas para Vilar Formoso, que deixaram de passar na vila desde que abriu o troço final da autoestrada que liga a Espanha.

A Infraestruturas de Portugal (IP) abriu ao tráfego, no dia 20 de dezembro de 2021, o troço final da autoestrada A25 entre Vilar Formoso (Almeida) e a fronteira com Espanha, em Fuentes de Onõro. A situação originou preocupações para autarcas e moradores que temem que os emigrantes e os turistas, que anualmente animam os negócios locais, deixem de parar na principal fronteira terrestre do país, como era hábito acontecer.

Na opinião de Dulcineia Catarina Moura, coordenadora executiva da Associação de Desenvolvimento Regional Territórios do Côa, com sede em Vilar Formoso, é preciso “mobilizar” esforços e tentar manter viva a tradição para os emigrantes “continuarem a passar” na fronteira Vilar Formoso – Fuentes de Onõro.

A Territórios do Côa, que tem como associados os municípios de Penamacor, Sabugal, Almeida, Pinhel, Trancoso, Mêda e Figueira de Castelo Rodrigo, prevê realizar algumas atividades no verão relacionadas com “uma sessão de acolhimento, de boas-vindas” à comunidade emigrante e a todos aqueles que vão entrar em Portugal.

Segundo a responsável a ideia é existir uma articulação, com os municípios associados, para “obrigar” os emigrantes em trânsito para as suas terras de origem, a uma paragem na vila fronteiriça de Vilar Formoso.

Para que tal aconteça, aquela entidade prevê instalar em Vilar Formoso, junto da placa da fronteira, por exemplo, um ‘photopoint’, por saber que existe a tradição de os emigrantes tirarem uma fotografia quando chegam a Portugal, para partilha nas redes sociais.

Outra ideia passa pela possibilidade de aos visitantes ser oferecido “um ‘pack’ de ‘vouchers’, de descontos, de soluções que possam ser até, inclusivamente, gratuitas, que possam suscitar a visita, mobilizar as pessoas para que visitem mais, para que conheçam mais e melhor este território”.

“[A] cada ano que o emigrante chega, há sempre novidades. E nós queremos partilhar com a nossa comunidade, as novidades que temos ao nível do nosso património, da valorização de alguma tradição, de algum espaço que seja de novidade (…). E, através desses ‘vouchers’, que são meramente informativos e com descontos, inclusivamente, até há alguma possibilidade de oferecermos algo que seja gratuito”, explicou.

Como exemplo, apontou a possibilidade de poder ser promovido o acesso gratuito aos balneários termais existentes no território, que, na sua opinião, possuem “condições maravilhosas”.

Dulcineia Catarina Moura vaticina que logo que entram em Portugal, os emigrantes e os turistas possam ser acolhidos com uma mensagem que seja “quase como que um estoiro de alegria e um transbordar de emoção positiva”.

Para realizar a ação de receção “calorosa”, a Territórios do Côa terá de se articular com as autarquias associadas, a Junta de Freguesia de Vilar Formoso, os agentes locais do território e com a comunidade.

O desejável é que, no futuro, cada entrada em Vilar Formoso seja “uma festa”, rematou.

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