Estive presente na 6ª Semana Social ,que teve lugar em Doorn,na Holanda, povoação não muito afastada de Amsterdão .
O termo SOCIAL está muito em voga quando se fala nas consequências da crise iniciada em 2008.
Poderemos então afirmar, sem receio de cairmos no exagero do medo, que a classe trabalhadora foi, ao logo do tempo até ao actual, a mais sacrificada em termos de direitos.
Fala-se igualmente que a classe média, aquela que geralmente determina a vitória num conflito, conforme o campo por ela escolhido, que também pagou bem caro as consequências da crise financeira anunciada.
O encontro de Doorn juntou mais de uma centena e meia de participantes de organizações sindicais ou ainda com a presença de docentes universitários,especialistas em vários ramos na pesquisa do mundo laboral e empresarial.
A Democracia Cristã teve papel preponderante, uma vez que se recordou a Encíclica Papal Rerum Novarum , de Leão XIII, para colocar a tónica no SOCIAL, logo a seguir à Revolução Industrial inglesa.
As novas tecnologias criaram a problemática da robotização com as consequências no futuro na sociedade civil ao nível do emprego,com a diminuição substancial dos lugares disponiveis para um trabalho digno.
Os jovens mostram-se preocupados com a sua integração no mercado do trabalho, pois essa integração apresenta-se como um sonho sem interpretação.
Modernamente a juventude quer o sonho e a sua interpretação,pois está perante uma imagem incómoda do espaço que habita do ponto de vista SOCIAL, uma vez que o quadro apresenta diferenças onde existem os jovens sem perspectivas de futuro.
Nesta confrontação permanente surge a solidariedade, palavra muitas vezes pronunciada pelos diversos conferencistas. Até mesmo Jean Claude Juncker, Presidente da Comissão Europeia, na mensagem enviada à organização da Semana Social, não deixou de pronunciar a urgente necessidade do SOCIAL, pensamento dominante,que exige a solidariedade,sendo esta pensar em conjunto nas soluções.
Há também o recurso ao Poder das Ideias para manter viva a solidariedade entre as pessoas e os povos. Não é no individualismo egoísta, mas na cooperação com vista a minimizar as diferenças pela prioridade do amor ao outro.
Esta mesma solidariedade passa pelo Amor à Justiça, pois antes de se agir deve ter-se em conta as consequências dos comportamentos.
Foi neste âmbito que coloquei, durante o debate, a questão do Capital Humano quanto à escolha do trabalho, tendo em conta, nos países de acolhimento de migrantes, em que o multiculturalismo falhou, embora possa dizer-se que foi um avanço o chamado “direito à diferença”.
Os exemplos revelam que na “escolha dum trabalho” há uma grande dificuldade quanto à sua escolha por parte daqueles que são diferentes, negando-se a igualdade e a solidariedade.
O nosso comportamento tem de mudar, fomentando-se o DIÁLOGO SOCIAL num mundo de confiança mútua, pois só dessa forma poderemos aniquilar a mundialização da indiferença ou,por outras palavras, a GLOBALIZAÇÃO DA INDIFERENÇA.
O mesmo se afirma quanto às relações entre as nações, uma vez que o nacionalismo é o caminho para a guerra, no dizer de Mitterrand.
O Eu Egoista não pode vencer o Eu Solidário.