Portugal e Panamá querem aproximar as estratégias portuárias, nomeadamente de Sines e do canal do Panamá, e retomar as ligações aéreas, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros português.
O anúncio foi feito após uma reunião entre Augusto Santos Silva e a vice-Presidente e ministra das Relações Exteriores do Panamá, Isabel de Saint-Malo para discutir questões políticas, económicas, sociais e culturais.
“Temos trabalhado muito no sentido de aproximar mais os portos portugueses e as autoridades portuárias do canal do Panamá, visto que ambos os países ocupam uma posição estratégica nas grandes rotas marítimas internacionais”, afirmou Augusto Santos Silva.
Além disso, acrescentou, o Governo tem tentado criar condições para que a transportadora aérea portuguesa TAP volte a ter uma rota direta entre Lisboa e a Cidade do Panamá.
“Já houve uma rota entre Lisboa e a Cidade do Panamá a cargo da companhia de bandeira portuguesa. Essa rota foi interrompida há dois anos e nós temos trabalhado, no plano da política externa, e respeitando naturalmente as decisões empresariais, para criar condições para que essa rota seja retomada”, disse o ministro.
Uma posição que a vice-presidente do Panamá admitiu ver “com muito bons olhos” já que aquele país considera haver “muito potencial para a existência de trocas mútuas não só turística, mas também económicas e comerciais”.
Na reunião entre os dois ministros foi debatida a situação da Venezuela, tendo Santos Silva agradecido a ajuda do Panamá à comunidade portuguesa.
O governante português elogiou “o apoio inexcedível” que o Panamá tem prestado aos portugueses que têm procurado aquele país para se refugiar da crise venezuelana, adiantando que o número contabilizado atinge quase 4.000 pessoas.
Os portugueses “estão muito bem integrados na sociedade panamenha e têm beneficiado de todo o apoio das autoridades do Panamá. Quero agradecer esta prova de grande amizade e de cooperação”, referiu.
Um “ponto importante” para a ministra das Relações Externas do Panamá que sublinhou a “preocupação com a situação cada vez mais grave” na Venezuela.
“É preciso continuar a trabalhar para aumentar o número de países que apoiam e querem um regresso mais rápido da democracia à Venezuela”, defendeu Isabel de Saint-Malo.
A vice-Presidente panamenha aproveitou ainda a ocasião para se congratular pela relação com Portugal, afirmando esperar que “cada vez mais empresas portuguesas se interessem em ter a sede no Panamá, aproveitando o regime especial oferecido e a conectividade aérea e marítima”.
Essa seria, segundo sublinhou, “uma forma de essas empresas poderem projetar-se ao resto da região a partir do Panamá”.
A reunião serviu também para acordar a assinatura de um memorando de entendimento sobre formação diplomática e troca de informação e documentação.