Sou daquelas pessoas que nasci para morrer engasgado, salvo seja!
Pôr ou deixar de pôr um pé na rua concita deparar, ou não, com realidades que-alto-lá! Terei sempre que ruminar em coisinhas que valha-me Deus-Nosso-Senhor.
Teria que andar permanentemente de bloco de papel na mão como a filha de uma amiga que com meia dúzia de anos se preocupa em observar ao derredor para se esmerar no trabalho de casa para a escola; diz-me a mãe, antiga amiga.
A senhora brasileira da pastelaria esclarece-me que em Terras de Vera Cruz a multa pela falta às urnas nas eleições implica o ónus de cerca de quatro euros, na nossa moeda. Se se não apresentar ao plebiscito, ou se não pagar a coima, o brasileiro fica em situação irregular e é causticado na tramitação de documentação pessoal e legal.
Nunca me ocorrera em que se consubstanciava a falta neste voto obrigatório no país irmão. Fui pedir informação avalizada no Direito daquele país eufemista. Confirma-se.
Na área de clínica constatei a desmoralização de profissional da matéria, que acabara de tomar conhecimento que Bolsonaro tem mão radical colhida e praticada no exército militar. O equivalente para o putativo presidente é um comprido bastão com que confrontava os mancebos ante fruição indesejada para o ditador. O extremista mais quejandos adjectivos que alguns ainda verberam, chama isso de psicólogo.
Se uma pessoa com formação média, umas horitas após a deposição do voto se arrepende, o que acontecerá ao povo menos escolarizado, que de acordo com o escritor brasileiro Paulo Coelho, há dias dizia ao The Guardian: “O país é lindo mas afligido pela falta de instrução. Os pobres não vão à escola, quanto mais a museus. Os ricos vão mas em Londres”.
Temos: o voto é obrigatório no Brasil.
Vejamos: Lula da Silva, figura mediática, foi impossibilitado de votar pelo facto de no presidio não haver mais que uma vintena de eleitores, condição para disponibilizarem a urna.
A comunidade brasileira no nosso país difunde-se um pouco por todo o lado. Felgueiras ainda emprega alguns brasileiros depois de nos tempos áureos na nossa indústria haver tido muitos bem colocados.
Uma deslocação ao Porto e quiçá a outras localidades onde o Brasil disponibilizou meia dúzia de cabines para os veracruzenses votarem, favorece a falta na urna electrónica.
Muitos, no Brasil e na Lusitânia, preferem pagar a multa a deslocarem-se sob incómodo ou dificuldade.
Cada vez vou ficando mais confuso! O voto no Brasil é obrigatório. Simultaneamente há uma condição que impede uma figura mediática de votar. Certamente não está só o “petista” naquela situação. Consta-se que votam?
Eu… eu… quero continuar na Europa, apesar de amar os sóis brasileiros que gostava de fruir aquando o frio luso.
(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico)