Ser poeta é falar com toda a gente,
escrever o que nem sempre se sente,
é ser barco na maré cheia da poesia,
num oceano profundo e transparente.
Ser poeta, não é ser parvo, nem louco,
nem demónio, nem anjo, é ser constante,
conhecedor da dor, da alegria e da emoção.
Ser poeta não é ser cruel, nem apático,
escrevendo e voar num céu azul,
mas ter os pés bem assentes no chão,
escrevendo e reflectindo,
num mundo de contradição.
Ser poeta, não é ser letrado, nem professor,
nem vivendo num palácio, ou num caniço.
Ser poeta é ser criativo, e dando amor,
descrever a vida, a esperança, e ser castiço.
O poeta morre e vive de pé bebe aguapé
Sente amor sente dor, fé e inspiração.
O poeta dorme se for preciso à cacimba,
rompendo os nervos e a emoção radical,
rompe tudo, quebra-nozes, é porta-voz
de tudo que é sério e quase banal.
Ser poeta, é escrever poesia cada dia,
por que tive um sonho celestial e risonho.
Penso que foi numa noite de Agosto
Quando acordei e olhei a poesia no rosto.
depois a cingi fortemente contra o meu peito
quando de amarguras já estava desfeito.