“Pede um desejo…” disse ele.
Mas eu deixei de pedir desejos e ele sabe.
Sou uma sortuda nesse mundo louco
E quem sou eu para pedir desejos?
Devo agradecer por ser essa que sente
Agradecer à minha luz por ser essa Mulher de intuições e essa Mulher autêntica
Por ser essa pessoa que sabe sentir
Mulher imperfeita na perfeição que me pertence
E penso para mim, vivo nesse mundo louco
Nesse mundo de correrias
Onde todos correm para um nada
Onde todos vivem num dia-à-dia sem pensar
E eu aqui, eu saí desse meu corpo físico há já muito tempo
E de olhar triste, olho mais uma vez para esse mundo louco
Mundo louco de objetivos desumanos
Mundo louco feito para robôs
Mundo louco feito para seres à imagem de todos
Sim, deves ser cópia de uma definição implantada
E no útero da tua mãe, tudo já está predefinido
E sais, um dia, dessa barriga da tua mãe que te protegia
E agora tens a marca invisível mas bem indelével dos objetivos
E que te espera? Seres o dono da tua vida ou seres esse ser miserável que se lamenta no papel da vítima
Ai, ajudem-me… choro mas vítima não fui, não sou e nunca serei
Mas tenho uma dor que me acompanha há muito…
E aqui, neste dia que desejei nunca mais festejar
Neste dia, olho para o meu tesouro
E pelo meu tesouro
Apago essa vela nesse meu bolo de aniversário
E faço um pedido, apenas um só:
Peço ao mundo louco para deixar de existir
Peço ao mundo para ser mundo
Peço ao mundo para ser um mundo humano com um coração e uma alma.
BV 28.03.2018