Vocês sabem lá. O tempo. O tempo
É tempo que o tempo faz. Faz e desfaz!
No dia-a-dia, o quotidiano leva um mundo a passar.
Uma eternidade, como o meu pai dizia.
Mas dentro dum hospital. Oh santo Deus!
A gente conta os segundos.
Os segundos e os minutos.
Olha-se e os segundos não passam.
(O tempo) lembra-me dos relógios de ponteiros – imobilizavam-se.
– Os olhos pesavam sobre os dígitos.
Que dor… que peso dos olhos sobre os imóveis ponteiros.
Os dias são anos. São anos.
Não é eufemismo. É mesmo.
A gente conta-os, reconta-os, tresconta-os e nada bule.
A gente calcula-os, compara-os
Compara-os ao tempo já passado e nada.
Não tenho tempo para dizer isto.
Ou sei lá o quê.
Mário Adão Magalhães
2022/07/03
(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico).