O Portal InfoCosméticos foi lançado na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP) para “aumentar a literacia das pessoas em relação aos produtos cosméticos”, disse Isabel Almeida, coordenadora do projeto, à Lusa.

Depois de um ano a “desenhar o ‘site’ e a rever os conteúdos científicos”, o Portal InfoCosméticos (PiC) foi hoje lançado publicamente e nele se pode encontrar “muita informação e respostas a questões que vão desde a maquilhagem para rosto até à composição dos champôs”, afirmou a coordenadora e professora auxiliar daquela faculdade.

O projeto surgiu no âmbito da disciplina opcional de Cosmetologia do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da FFUP, com os objetivos de “promover a literacia em relação ao uso de produtos cosméticos”, “capacitar os consumidores para fazerem decisões acertadas no âmbito do uso desses produtos” e de “atualizar os profissionais com conhecimentos aprofundados na área”.

Isabel Almeida afirmou ainda que a criação do ‘site’ afigurou-se “fundamental” depois de analisado um estudo apoiado pela DGS (Direção Geral de Saúde) sobre a “literacia da população portuguesa em relação a esta área”, que deu a perceber à docente e ao grupo de alunos que o nível de informação dos portugueses “não é de todo adequado, sendo até problemático em algumas áreas no país”.

A apresentação do ‘website’ ocorreu na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto e contou com ainda com a presença do diretor da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, José Sousa Lobo, do pró-reitor da Universidade do Porto para a Inovação Pedagógica e Desporto, Fernando Remião e da representante da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco), Susana Santos.

Fernando Remião deixou a nota de que “o futuro passa por tornar a universidade acessível a todos, digitalmente, e este portal é isso mesmo: conhecimentos adquiridos e explorados na universidade acessíveis ao público geral”.

Já José Sousa Lobo sublinhou a importância de “aumentar o grau de conhecimentos e exigência dos utentes/consumidores” de forma a “melhorar a cosmetovigilância.”

A cosmetovigilância, definida pelo Infarmed no seu ‘site’ oficial como a “monitorização dos efeitos indesejáveis associados à utilização de produtos cosméticos e a divulgação da informação de segurança relativa a cosméticos”, foi um dos temas-chave da apresentação do Portal InfoCosméticos.

A representante da Deco afirmou que “o sistema de cosmetovigilância, apesar de ser muito pouco divulgado em Portugal, mesmo pelo Infarmed, é um sistema extremamente importante, já que permite a identificação de novos ingredientes alergénicos”.

O PiC, já disponível ‘online’, está dividido em quatro áreas (regulamentação, segurança e eficácia, ingredientes e produtos cosméticos) e pretende informar a população sobre questões como o prazo de validade de produtos cosméticos, a definição de conceitos como “fator de proteção solar”, “champôs sem sulfatos” ou sobre a composição de produtos cosméticos.

A coordenadora do projeto avançou que a criação do portal informático contou com apoios institucionais, de que são exemplos o Infarmed e a Ordem dos Farmacêuticos, e com o trabalho de uma “equipa pluridisciplinar com um programador, um designer de comunicação e um conjunto de revisores científicos de várias universidades, para garantir a fiabilidade científica do portal”.

Foram universidades parceiras na criação do PiC a Universidade Fernando Pessoa, a Universidade da Beira Interior, a Universidade Lusófona, a Universidade de São Paulo, do Brasil e a Cooperativa De Ensino Superior Politécnico Universitário (CESPU).