São já perto de duas dezenas os andebolistas portugueses espalhados por muitos países europeus. Alguns jogando ao nível mais alto, nos principais grupos da Liga dos Campeões, como Tiago Rocha e Gilberto Duarte (na foto), ambos no Wisla Plock, outros em campeonatos menos conhecidos ou até com o coeficiente de dificuldade inferior ao português. Mas há um objetivo comum a todos: fazer do andebol a sua profissão e evoluir como jogadores, segundo o jornal O Jogo.
“É pena que não haja ainda mais a tentar encontrar o seu espaço em campeonatos mais exigentes. Esse é um dos caminhos a seguir para elevar o nível de rendimento da nossa seleção”, diz Paulo Jorge Pereira, selecionador nacional e também ele com um longo percurso como emigrante.
“Quero tornar-me uma pessoa mais positiva e realizada e a minha prioridade é o andebol. Uma carreira internacional mais completa seria numa liga mais desafiante e estou disposto a dar esse passo num futuro próximo”, diz João Jacob Ramos, de 25 anos e atual melhor marcador do Limburg Lions, na Holanda, que emigrou com um objetivo bem definido: “Não me imagino sem andebol nem competição e quero melhorar, quero chegar o mais longe possível. Seja no Espinho, no Porto ou no Lions, o importante é deixar marcas positivas e ser um exemplo para os mais novos.”
João Jacob, que renovou ontem por dois anos, vive em Sittard e já chegou a defrontar Sérgio Rola, que atua nos belgas do Sasja e reside em Antuérpia, pois os campeonatos belga e holandês têm uma prova comum, a Bene-League. “Confesso que jogar fora de Portugal não era um objetivo primordial, mas a oportunidade surgiu, refleti bastante e percebi que era uma possibilidade única de contactar com o estilo do andebol do norte da Europa, que sempre admirei, e ainda de ampliar as minhas capacidades. Hoje sinto que foi a decisão acertada a todos os níveis. Estou muito feliz”, diz Rola, de 28 anos, que leva duas épocas na Bélgica e já foi nomeado para o All-Star da Bene-League. “É um dos maiores reconhecimentos ao meu trabalho, com um significado especial por estar fora da minha zona de conforto, longe da família e dos amigos”, refere.