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Universidade de Évora participa em projeto multinacional de energia solar

A Universidade de Évora é a única representante de Portugal num projeto multinacional promotor da irrigação solar, para fornecer energia para rega com zero emissões e um custo até 70% inferior às soluções baseadas nos combustíveis fósseis.

O projeto, designado SolAqua – Accessible, reliable and affordable solar irrigation for Europe and beyond, tem o apoio do programa europeu Horizonte 2020 e reúne um consórcio de 11 organizações de seis países ((Portugal, Espanha, França, Itália, Marrocos e Roménia), revelou a Universidade de Évora (UÉ).

A Cátedra Energias Renováveis da universidade alentejana (CER-UÉ) “é a única entidade portuguesa a integrar o consórcio” desta iniciativa, que está focada “na irrigação fotovoltaica de alta potência”, destacou a academia.

O aumento da quota de energias renováveis na Europa, “ao combinar tecnologia fotovoltaica e hidráulica com irrigação de alta eficiência”, é o principal objetivo do projeto, coordenado na UÉ por Luís Fialho, da CER.

“A irrigação solar permitirá o fornecimento de energia” para a rega de culturas agrícolas “com zero emissões e um custo até 70% inferior às soluções à base de combustíveis fósseis existentes”, destacou a UÉ, no comunicado divulgado.

O investigador Luís Fialho explicou que “o mercado para adoção da tecnologia de irrigação fotovoltaica de alta potência encontra-se num ponto crítico de evolução”.

O SolAqua irá, pois, “criar e fomentar as condições para uma evolução com sucesso para um mercado consolidado, com elevada proteção do consumidor final, redução de custos e de preço da energia, mas também alto nível de inovação”, argumentou.

Atualmente, lembrou o investigador da CER-UÉ, “o modelo energético da agricultura europeia exige grande quantidade de energia para bombear água para as culturas de regadio”.

Isto “implica uma pesada fatura de quatro mil milhões de euros, além de custos ambientais associados às 16 milhões de toneladas de CO2 produzidas todos os anos, que representam cerca de 15% das emissões totais de CO2 da agricultura da União Europeia (UE)”, assinalou.

Neste quadro, “a irrigação solar tem um enorme potencial de aplicação, apenas desaproveitado por barreiras não tecnológicas, como falta de consciência e de competências em irrigação solar entre os irrigadores, pequenas e médias empresas (PME) locais e autoridades públicas”, destacou a academia alentejana.

Luís Fialho lembrou que, desde 2010, a CER-UÉ desenvolve “tecnologias de energia solar e de armazenamento de energia” com o objetivo de “potenciar o contributo da energia solar para a Transição Energética” e que, em Alter do Chão (Portalegre), existe até uma instalação-piloto que “utiliza tecnologia semelhante à que será desenvolvida” pelo projeto SolAqua.

Este projeto multinacional, numa primeira fase, pretende “produzir sete materiais e ferramentas de ‘habilitação-chave’ para adoção do mercado de irrigação solar”, assim como definir “padrões de qualidade e de metodologias de avaliação económica e ambiental”, referiu a academia.

A seguir, de acordo com a universidade, “será promovido um plano de divulgação e de comunicação, direcionado para partes interessadas na Europa e no norte de África, sobre irrigação solar e sobre o plano de exploração do SolAqua”.

“Este plano, que contempla um instrumento de apoio a ser replicado” pelas autoridades públicas em “investimentos em irrigação solar, permitirá o desencadear de um mercado funcional” nesta área, afirmou.

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