Quando olhamos ao mundo vimos o e-mundo
Observamos um mundo cão sem amor
As pessoas são ferozes e falta-lhes amor profundo
Num mundo cão, tudo vale, mas se colhe muita dor.
Refugiados neste mundo cão quem os quer
São aos milhões e não param de aumentar
Pedem o pão e a certeza de obtê-lo
Na incerteza do que será o amanhã.
A paz do mundo, significa mais que ausência de guerra
Procuro na poesia um grito e arauto de paz
Enquanto nuvens negras e trevas cobrem esta terra
E num altar de guerra se sacrifica tanto rapaz!
Depois de um acordo de paz, ainda restam outros exércitos
Um de viúvas, de órgãos e um exército de mutilados.
Paz, agora não. Depois: agora as nações estão na escuridão
E nuvens negras de guerra pairam em todos os lados!
Talvez a poesia possa este mundo cão motivar
Em converter as espadas em relhas de arado
E as potências mundiais possam abandonar
A guerra. Pois o solo seco está ensanguentado.
Este mundo cão não precisa de mísseis nem canhão
Precisa de paz como uma bandeja enfeitada de romãs
E que em cada esquina se abrace um irmão
E que a paz entre em cada lar todas as manhãs!
José Valgode