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Um mundo cão

© DR

Quando olhamos ao mundo vimos o e-mundo 
Observamos um mundo cão sem amor
As pessoas são ferozes e falta-lhes amor profundo 
Num mundo cão, tudo vale, mas se colhe muita dor.

Refugiados neste mundo cão quem os quer
São aos milhões e não param de aumentar 
Pedem o pão e a certeza de obtê-lo 
Na incerteza do que será o amanhã.

A paz do mundo, significa mais que ausência de guerra
Procuro na poesia um grito e arauto de paz
Enquanto nuvens negras e trevas cobrem esta terra
E num altar de guerra se sacrifica tanto rapaz!

Depois de um acordo de paz, ainda restam outros exércitos 
Um de viúvas, de órgãos e um exército de mutilados.
Paz, agora não. Depois: agora as nações estão na escuridão 
E nuvens negras de guerra pairam em todos os lados!

Talvez a poesia possa este mundo cão motivar
Em converter  as espadas em relhas de arado
E as potências mundiais possam abandonar 
A guerra. Pois o solo seco está ensanguentado.

Este mundo cão não precisa de mísseis nem canhão 
Precisa de paz como uma bandeja enfeitada de romãs 
E que em cada esquina se abrace um irmão 
E que a paz entre em cada lar todas as manhãs!

José Valgode

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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