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Testemunhos reais: Joana Salavisa

Ao longo do percurso profissional quais os obstáculos mais relevantes que encontrou e em que fases?

Numa primeira fase do meu percurso como professora de Inglês, em colégios particulares, a maior dificuldade foi a ausência de valorização do ensino de uma língua estrangeira a crianças, entre os 4 e os 9 anos, por parte das instituições e dos meus pares, professores do ensino básico. Não foi possível fazer trabalho colaborativo. Trabalhei sempre sozinha, apenas com o reconhecimento dos pais mais abertos.

Numa segunda fase, quando o ensino da língua inglesa teve início no ensino básico público, tive a sorte de trabalhar numa escola pública onde encontrei professores que abraçaram o projecto de uma forma extraordinária. Desenvolvemos projectos incríveis, como um projecto de correspondência, “Penfriends”, entre alunos do 4ºAno de Portugal e França. Os propósitos da aprendizagem da língua foram alcançados: a valorização de outras culturas, de outras línguas e a aprendizagem indirecta da Cidadania. Contudo, foi um caso isolado. Com todas estas dificuldades, compreendi que estava perante um paradigma social que levará muito tempo a modificar. Perante estes obstáculos e o não reconhecimento social e financeiro do meu trabalho, decidi avançar para um negócio próprio numa área completamente diferente, onde posso continuar a ensinar e a ajudar a mudar vidas! As das minhas clientes e das pessoas que se juntam à minha equipa!

Sentiu o “poder e reflexos positivos do Networking” no seu percurso profissional?

Sempre gostei muito de pessoas! Pessoas de todas as idades, credos, culturas, de qualquer clube desportivo e de todas as cores políticas. Os rótulos pouco me interessam, o que me interessa mesmo é a essência das pessoas. Assim, sempre fiz “pontes” entre indivíduos. O aparecimento da internet e das redes sociais permite-nos entrar em contacto com quase todos os indivíduos com quem nos cruzamos na vida.

Na minha juventude conheci muitas pessoas, muito diferentes umas das outras, e ganhei muito mundo com as experiências tão diversas que vivi. As redes sociais permitem-me reencontrar essas pessoas, conhecer as pessoas das suas redes e estabelecer relações profissionais ou apenas trocar informação ou contactos benéficos para ambos. Penso que as pessoas estão muito disponíveis para a partilha e para as parcerias profissionais num ambiente virtual.

Os projectos internacionais motivam-na?

No momento presente motivam-me muito pouco. Quero estar em Portugal para poder contribuir para a mudança e a melhoria do país.

O que é o Sucesso para si?

Se olharmos para a História, talvez seja mais fácil agora do que antes, “viver bem”. Contudo, talvez seja mais difícil agora do que antes, fazer um percurso de carreira sem ansiedade. À medida que vou envelhecendo (45 anos no mês que vem!) vou ficando com uma certeza em relação ao “sucesso”: não se pode ter sucesso em tudo! Qualquer visão de sucesso, tem de admitir aquilo em que se perde. Descobrir onde está o elemento de perda e assumir que se quer viver assim.

Conheço modos de vida de sucesso muito diferentes uns dos outros: Casais e/ou indivíduos que decidiram não ter filhos, porque dedicam as suas vidas à carreira, às viagens ou a causas de pendor social, cultural, ambiental; Casais e/ou indivíduos que dedicam grande parte das suas vidas aos filhos, abdicando de cargos que retiram muito tempo à vida familiar, preferindo ter tempo e menos dinheiro e/ou coisas materiais.

Também conheço pessoas que querem ter sucesso em tudo e de repente se deparam com o divórcio, porque o seu casamento deixou de existir por falta de tempo; ou filhos perdidos por ausência de pai e mãe e excesso de coisas materiais.

Em conclusão, acredito que uma visão do “sucesso” deve ser bem definida, consciente das perdas e ciente de que chega ao fim desta viagem, chamada Vida, com a certeza de que se fez o que se quis fazer, e não o que era suposto fazer, segundo o que os outros esperam de nós ou o que os padrões sociais nos impõem.

Entrevista conduzida por Susana Matos Miranda

Career Change Advisor

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Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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