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Testemunhos reais: Ivandro Soares Monteiro, Psicólogo Clínico e Psicoterapeuta

Ao longo do percurso profissional quais os obstáculos mais relevantes que encontrou e em que fases?

Os obstáculos são percebidos numa relação directa entre onde estamos e o que ambicionamos na vida profissional. Ora, quanto maior o grau de auto-exigência, maior a diferenciação, pelo que a maior dificuldade que senti foi o de criar  comportamentos congruentes com a visão que eu tinha para os sonhos que ambicionava. Percebi que sem objectividade de onde queremos estar, é difícil descobrir essa congruência/ consistência de comportamentos. Para além da consistência, o segredo do caminho que tenho feito é também a persistência com um locus de controlo interno, para que, com as adversidades, obstáculos, desafios, problemas e invejas, se acabe por conseguir superar esses difíceis momentos, ficando essencialmente mais maduros e bem humorados (em vez de amargos). Quando somos capazes de ouvir e seguir o que sentimos, não só somos mais capazes de ser persistentes, como consistentes com o objectivo que temos. Por último, um dos factores mais importantes é a capacidade treinada (e custa muito mesmo, meses ou anos até) de sermos capazes de ter uma visão nítida e focada para onde queremos estar, planeando um processo consistente em termos de comportamentos para esse resultado, deixando de gastar tempo em comportamentos acessórios que em nada são congruentes com o rumo que estamos a dizer que queremos. Daí que sempre acreditei em psicólogos/ mentores/ coaches para me ajudarem tipo meus conselheiros. Sempre os tive e continuo a ter.

Sentiu o “poder e reflexos positivos do Networking” no seu percurso profissional?

No início da faculdade, acredito que todos tentamos fazer muitas coisas sozinhos. Foi só no segundo ano do curso que comecei a ter comportamentos proactivos de procurar pessoas e contextos que me permitiram aprender mais do que eu sentia que queria. Para além disso, graças à área de trabalho que tenho (Psicologia clínica, Psicoterapia e Coaching), a minha experiência em conjunto com as vidas que tenho o privilégio de ajudar todos os dias num total já de 18 anos com milhares de sessões individuais acumuladas, ensinaram-me uma máxima que aplico com quem vale a pena: se queres ir rápido, até podes ir sozinho, mas se queres ir longe, vai em equipa. E o que é certo é que só quando juntei uma visão focada, com o ter aprendido a entrar várias vezes na minha zona de desconforto e desconhecida (que é muitas vezes estranhamente dolorosa mas necessária) e nas interacções de networking, é que começei a chegar a públicos e audiências diferenciadas, mais perto do cliente-alvo que procurava e procuro. As soft skills e a capacidade de relacionamento interpessoal é uma das grandes competências dos líderes e acredito que o networking é um dos comportamentos mais fulcrais para desenvolver essas capacidades e criar sinergias, para ajudar os outros. Saber acrescentar valor ao outro, resolver-lhe problemas é uma arte muito, muito difícil para o comum dos mortais. Se a nossa preocupação for a de dar o nosso know-how para ajudar os outros, para lhes responder às necessidades, sem grande jogo de interesses ou manipuladores, o mundo acaba por devolver a nossa gratidão.

Os projectos internacionais motivam-no?

Sim, desde sempre. Acabei a minha licenciatura em Psicologia em 2000 e desde cedo percebi que Portugal era demasiado pequeno para o caminho e conhecimento que visualizava investir, talvez por ter sido sempre um ambicioso optimista sonhador. Logo em 2004, durante o meu doutoramento na Universidade do Minho, parte da minha investigação científica tive que procurar ajuda e fazê-la na Universidade de Memphis (EUA) em 2005 para aprender com o meu primeiro mentor Thomas Sayger que me abriu as primeiras portas de networking internacional. Aí tive a oportunidade de conhecer vários especialidades de renome e aprender com eles. Regressei a Memphis em 2006 e tive depois nessa altura a oportunidade de ir a New Orleans e participar numa das maiores convenções de psicologia mundiais (da American Psychological Association). Mais e melhores conhecimentos, pessoas e momentos de networking. Acabei por continuar a investir e a dar o melhor de mim consistentemente, até que, em 2010, quando acabei o doutoramento pela Universidade do Minho, uma empresa de headhunting internacional me convidou para um recrutamento exigente de várias fases que superei para ser contratado por uma empresa norte-americana em Janeiro de 2011, para um contrato de 3 anos ultra-exigente ligado à indústria farmacêutica (numa das top 10 mundiais), onde tive a oportunidade de aprender com um grau de exigência que melhorou de forma intensiva (como nunca antes tive) o meu know-how e competências profissionais, onde conheci pessoas extraordinárias em várias partes do mundo durante esse meu trabalho, que ainda hoje estou grato por tamanho trabalho e exigência internacional. Tendo criado a minha primeira empresa em 2006 e a segunda em 2010, sempre tive iniciativas internacionais, trazendo a Portugal profissionais de renome, aprendendo a dar sempre o melhor de mim para as necessidades que percebo à minha volta e junto de quem me procura e aos serviços da minha empresa (www.emesaude.pt). Continuo a fazer consultoria em trabalhos internacionais e a ter parceiros para alguns eventos em que participo, pois, cada vez mais, acredito que em conjunto, vamos sempre mais longe.

O que é o Sucesso para si?

O sucesso é o estar grato pelo percurso que vivi, com todos os sucessos e adversidades, sem excepção. É saber viver os momentos e estar grato a todos os mentores que tive e tenho, a todas as pessoas que me quiseram bem e menos bem, que me elogiaram e me colocaram em situações difíceis, pois graças aos que me criaram adversidades, hoje fiquei mais maduro, competente e robusto, com pouca ou nenhuma preocupação com o que pensam de mim ou que faço, pois, cada vez mais, escolho estar com quem quer estar comigo, para poder dar de mim e sermos, em conjunto, bem sucedidos.

Susana Matos Miranda

Career Coach | Talent Manager

GEORGE

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