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Severodonetsk praticamente toda nas mãos dos russos

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A Rússia retomou “o controlo da maior parte” da cidade ucraniana de Severodonetsk, mas fez poucos progressos na tentativa de cercar uma área mais vasta a partir do norte e do sul, avançou esta sexta-feira o Ministério da Defesa britânico.

De acordo com o seu relatório diário sobre o conflito, Londres adianta que os militares russos não estão a fornecer serviços públicos básicos à população nos territórios ocupados, o acesso à água potável não está garantido e há “perturbações significativas nos serviços telefónicos e de Internet”.

O ministério adverte que “a escassez crítica de medicamentos é suscetível de ocorrer em Kherson”, enquanto em Mariupol “aumenta o risco de um surto importante de cólera”, depois de terem sido relatados casos isolados desde maio.

Londres acredita que um surto desta natureza irá agora colocar ainda mais pressão sobre os hospitais da área, estimando que estejam já “à beira do colapso”.

De acordo com o presidente da câmara de Mariupol, Vadim Boychenko, a retirada de corpos dos escombros, fome e epidemias tornaram-se a realidade diária nesta cidade costeira ucraniana sob controlo russo.

Numa entrevista à estação de televisão local Channel 24, o presidente da câmara, que vive fora da cidade e esteve em funções até à chegada dos russos, disse que entre 70 e 200 corpos estão a ser retirados dos escombros todos os dias.

No total, de acordo com os seus números, pelo menos 22.000 pessoas morreram na cidade portuária, nas margens do mar de Azov, durante o cerco a que foi sujeita pelas tropas russas.

“A situação é crítica: em Mariupol, houve uma catástrofe epidémica”, com o desenvolvimento de numerosas doenças, incluindo um surto de cólera, devido às graves condições em que vive a restante população da cidade, acrescentou o presidente da câmara.

Boychenko explicou ainda que foram criados campos de filtragem à volta da cidade, que os russos utilizam para deportar civis ucranianos para o seu país.

Questionado sobre os soldados ucranianos que resistiram na siderurgia de Azovstal até ser capturada pelos russos, Boychenko disse estar a “trabalhar para que os heróicos defensores de Mariupol possam regressar vivos à Ucrânia”.

A cidade de Mariupol, na região pró-russa de Donetsk, foi bombardeada durante semanas pelo exército russo, que, segundo as autoridades ucranianas, destruiu 80% dos edifícios da cidade.

Com uma população de meio milhão de habitantes, o que resta da cidade é atualmente o lar de cerca de 100.000 pessoas que, segundo Kiev, vivem em condições humanitárias terríveis.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou a fuga de mais de 15 milhões de pessoas de suas casas — mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A ONU confirmou que pelo menos 4.302 civis morreram e 5.217 ficaram feridos na guerra.

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