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Sem Fronteiras: abraço a todos os emigrantes portugueses

Durante a gravação do “Sem Fronteiras” pude viajar sem sair de Portugal com mais de uma dezena de incríveis emigrantes portugueses que me mostraram, através do seu testemunho, o que todos nós devemos ter sempre em conta: como são as culturas além das que conhecemos? Quais os seus hábitos? Quais os receios de quem vive fora da nossa “realidade”? Quais as coisas de que mais se orgulham? Quais as suas vitórias pessoais? E… somos suficientemente empáticos para receber o Outro de braços e coração abertos?

Assim, fazer um (breve) retrato da Emigração Portuguesa para contribuir diretamente para jornalismo e visibilidade para migrantes foi, sem dúvida, das experiências mais valiosas que já tive.

Adriana, Augusta, Tiago, Dulce, Pedro, José, Maria José, Daniela, Kristine, Filipe e Telma são os nomes dos emigrantes portugueses que pudemos conhecer em 10 episódios entre as férias de verão e o início de 2020, uma espécie de abraço para matar saudades entre férias, mas também um lembrete que recorda que OS MIGRANTES NÃO DEVEM NUNCA SER ESQUECIDOS!

Desde sempre vivo lado a lado com a emigração, com uma família e comunidade transnacional que vive além fronteiras. Adicionalmente, grande parte do meu trabalho dedica-se às temáticas da integração de migrantes e respetivas famílias. Achei que esta vivência me colocava num ponto de preparação privilegiado para conduzir estas entrevistas: estava completamente errado, mas foi o que mais me fez crescer!

Os desafios, as dificuldades, bem como as formas de superação de cada pessoa são tantas que era impossível preparar-me para tudo. A melhor preparação era estar sempre de mente e coração abertos, sem julgamentos, para conhecer e abraçar as múltiplas realidades. Foi, de facto, aprender a viver sem fronteiras.

Os episódios foram gravados nas minhas férias e garanto que foram as melhores férias de sempre: abracei e fiz novas amizades, aprendi mais umas quantas perspetivas do mundo. Ah e aprendi a gostar de presunto (nunca duvidem da capacidade gastronómica de alguém que conhece as suas raízes)!

Foram quilómetros de incerteza, com a certeza de que era essencial receber estes emigrantes de braços abertos, garantindo que Portugal é e será sempre um porto seguro e nunca um ambiente de exclusão e de sátiras que magoam quem tanto faz para cá voltar.

Por motivos técnicos não conseguimos emitir todas as gravações previstas e feitas, o que muito lamento. No entanto, com episódios emitidos ou não, o conhecimento que todas estas pessoas me deram foi tanto que são precisamente uma inspiração e base para o modo como posso repensar e reinventar positivamente a minha ação no Mundo. Obrigado

Em fim de primeira temporada convido-vos a ver e partilhar o conjunto dos episódios aqui.

E prometemos que o projeto vai continuar em 2020 num novo formato.

Carlos Barros

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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