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Se vive na Suécia e ainda não está vacinado leia isto

Um grupo de cientistas suecos, pertencentes à Universidade de Lund, está a oferecer 23 dólares a quem decidir inocular-se. O incentivo surge no âmbito de uma investigação que pretende avaliar e testar diferentes estímulos à vacinação, contando, para isso, com 8.200 voluntários, não vacinados, com menos de 60 anos.

Os participantes foram divididos em quatro grupos, aos quais foram atribuídos diferentes incentivos. Aos integrantes do primeiro grupo foram apresentadas informações sobre as três vacinas administradas atualmente na Suécia, produzidas pela Pfizer, Moderna e Janssen; aos do segundo foi pedido que formulassem um argumento capaz de convencer terceiros de que deveriam vacinar-se; aos do terceiro que redigissem uma lista de familiares que gostariam de proteger com a vacina; e aos do quarto grupo foi atribuída uma quantia equivalente a 23 dólares.

Um quinto grupo não recebeu qualquer tipo de estímulo, apesar de os seus integrantes terem sido incentivados a vacinar-se.

A pesquisa, que se iniciou no início do ano, deverá dar os primeiros resultados em setembro, depois de os investigadores compararem as intenções dos participantes em se vacinarem e o cumprimento efetivo dessa intenção.

Armando Meier, economista e um dos autores do estudo, revelou que este fenómeno é já visível, quando se analisam os dados recolhidos no início da investigação, nos quais 80% dos participantes dizia querer vacinar-se, e as taxas de vacinação atuais entre os participantes. À CNBC, Meier afirmou que os números mais recentes indicam uma tendência de não concretização.

Atualmente, na Suécia, os níveis de vacinação diferem consoante as regiões, com muitas a disponibilizarem doses a cidadãos com mais de 18 anos — em agosto será a vez dos jovens com 16 e 17 anos. Segundo o Our World Data, 39% da população sueca está totalmente vacinada, ao passo que 22% está inoculada com uma dose.

“Não vemos grande hesitação alta na Suécia em relação à vacinação quando comparamos com outros países, mas sabemos que a vacinação está a entrar em planalto, particularmente no que respeita às pessoas mais jovens”, afirmou Meier, que, mesmo assim, recusa a ideia de que os suecos estejam hesitantes em relação à toma da vacina ou que a população seja pró-vacinação, no campo oposto.

“Existe definitivamente uma grande vontade de nos vacinarmos“, resumiu.

Para já, o investigador prefere não escolher um dos métodos usados como mais eficaz. “Muitos governos acreditam que apelar ao civismo da população, dizendo coisas como ‘a vacina não só o protege a si, mas também aos outros’, é uma estratégia eficaz e é isso que está em causa neste tipo de mensagens”, afirmou à CNBC.

“Simultaneamente, há países que enfatizam a informação, por considerarem que se a população souber da eficácia e segurança das vacinas vai estar mais disposta a recebê-las, uma estratégia que servirá o propósito”, resumiu.

Já sobre a recompensa financeira, Armando Meier confirmou que os participantes no estudo receberam 200 coroas suecas, o equivalente a 23 dólares, valor que foi pago através de um cartão-oferta que poderia ser utilizado em lojas online.

“Isto é suposto motivar realmente as pessoas que já pretendiam ser vacinadas, mas que por algum motivo não encontravam tempo ou encaravam o gesto como um inconveniente“, atirou.

“A recompensa financeira dá-lhes motivação extra para, de facto, se vacinarem. Acho que muitos economistas partilham desta ideia“, afirmou Meier.

Não há notícias que indiquem que qualquer governo europeu, ou até mundial, tenha optado por esta técnica para aumentar os seus níveis de vacinação. Na maioria dos casos, tem sido implementada a obrigatoriedade de apresentação de um certificado que comprove a vacinação completa do indivíduo contra a Covid-19, teste negativo ou prova de imunidade ao vírus — na linha do Certificado Digital Europeu implementado pela União Europeia.

 

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