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Responsabilidade individual sobre o Covid-19 ou coronavírus

Se eu não for responsável pelo que que faço, a culpa é, de facto, minha. E o mesmo para Si: se não for responsável, a culpa é sua.

Somos culpados pelo que temos consciência que devemos fazer e escolhemos não fazer.

Somos responsáveis pelos nossos actos.

Enquanto Psicólogo, dado o medo, ansiedade, pânico e alarmismo do que vejo à minha volta cumpre-me partilhar o seguinte:

1) Ouça fontes oficiais da origem e não experiências pessoais partilhadas de fontes que não conhecem nem sabem os interesses que as sustentam. A ciência determina que tudo o q conhecemos demasiado de perto enviesamos devido ao impacto emocional. Apelo à sua responsabilidade individual e calma na forma como alimenta informação que não resolve o problema e só alimenta medos, ansiedade e pânico social. Ajuda a dar audiência mas não o responsabiliza. Vocé é responsável pelo que faz.

2) O Serviço Nacional de Saúde e os seus médicos são fundamentais na sociedade e ainda para mais nestes momentos, pelo que estamos gratos ao que a medicina faz para nos salvar vidas. Mas para melhorar ainda mais o trabalho que é feito, em questões do comportamento e impacto emocional, somos nós, psicólogos, os especialistas de excelência com maior competência para complementar o trabalho clínico desses profissionais médicos. Temos a responsabilidade de transmitir o que a ciência comportamental nos ensina e já descobriu para lidar com as crises e transições desta natureza.

3) Excesso de informação, ouvir experiências particulares de quem não conhece, escolher ouvir repetidamente comunicação social que luta por audiências através do medo, entre outros exemplos, só vulnerabiliza quem é leigo, pois biologicamente baixa o sistema imunitário (ficando mais propensos a apanhar vírus e bactérias), e aumenta riscos de ansiedade e depressão clinicamente significativas. Por isso, nada de pânico, com responsabilidade na higiene individual e redução de contacto presencial com pessoas.

4) De um ponto de vista epidemiológico, estamos numa fase da curva de propagação, que pode crescer mais ou menos, dependendo do comportamento e responsabilidade individual de cada um de nós. Atingindo o pico da casuística a curto/ médio prazo, depois estabiliza e diminuirá. Recordo o que a ciência faz é prever comportamentos e evolução das doenças. Sabemos que vai tudo estabilizar depois. A natureza tende sempre para o equilíbrio, mas isso jamais desresponsabiliza cada um a cuidar de si. Veja o gráfico, onde dá para perceber que, se contivermos a forma como o vírus se propaga, conseguimos que o Sistema Nacional de Saúde responda à doença de forma a que não se perca o controlo. Caso contrário, vamos concerteza, ter maior mortalidade e mais doença concentrada com incapacidade de resposta (à semelhança do que acontece em Itália e que devemos evitar). A responsabilidade deve começar em cada cidadão informado e não apenas no governo. Agora que já sabe, a responsabilidade é sua também.

5) Fique focado na sua zona de PODER, porque é sua responsabilidade individual e é o que pode, de facto, fazer para travar a propagação do vírus COVID-19, com base inclusivé nas recomendaçãoes da Organização Mundial de Saúde e Direcção Geral de Saúde de Portugal:
– Lavar as mãos com água e sabão desinfectante, durante 40 a 60 segundos
– Sempre que tossir ou espirrar, cobrir a boca e o nariz, com lenços descartáveis, de utilização única e lavar as mãos de seguida com água e sabão, conforme ponto anterior
– Evitar abraços e beijos (porque não sabemos quem é portador e quem ficou exposto) – se ficar em casa é mais fácil
– Desinfectar, com frequência, puxadores, tampos, mesas, etc.
– Manter distância social de, pelo menos 1 metro (ou 3 passos) ou mais, entre você e as outras pessoas, principalmente quem tiver sinais de tosse, espirros ou febre
– Evitar tocar nas mucosas, nomeadamente olhos, nariz e boca (porque você pode tocar nos objectos e depois levar a mão aos olhos, nariz e boca)
– reduzir viagens (para não estar exposto a locais por onde passam pessoas que não sabe se são ou não portadores do vírus)
– reduzir exposição a grupos ou massas (shoppings, cinemas, concertos, etc.)
– trabalhar em casa preferencialmente caso possa
– Entre outros comportamentos que PODE fazer.

6) Os comportamentos que fazemos é o que interessa, porque é onde temos poder de acção. No território individual de cada um. Ter conhecimento de todas as histórias que chegam, cria medo e ansiedade, porque não é agir na zona de Poder. Quanto menos controlo temos das nossas vidas, mais ansiosos e amedrontados ficamos. Por muito boa intenção que os médicos queiram partilhar o que vêem no seu local de trabalho, ou pessoas que tenham experiências directas em hospitais, estes são os locais onde vamos sempre encontrar os piores momentos e evolução das doenças. Mas a evidência científica determina que a maioria dos doentes melhora e recupera. Por isso, mais importante do que ouvir estas histórias clínicas, e aceitando que são graves, deve focar a atenção nos comportamentos que pode fazer, ou seja, na sua responsabilidade individual.

7) É cada um de nós que contribui para aumentar ou diminuir a forma como o vírus se propaga. Usem o vosso território de acção e poder. O que não controlamos, temos de aceitar. E o excesso de informação sobre o que não controlamos só alimenta = ANSIEDADE + MEDO + PÂNICO.

Seja responsável na sua zona de PODER, porque dependemos todos de cada um.
Se cada um cuidar de si, estamos a zelar todos uns pelos outros sempre.

Lembre-se disto.

Dr. Ivandro, PhD
Psicólogo Clínico/ Psicoterapeuta
Fundador & CEO da EME Saúde

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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