Um curto quadrado de azul
como o pensamento
o mar é a idade adulta da água
o silêncio não existe
um homem que finge envelhecer
uma pedra sob o céu
inocente como um lamento
as flores de todas as idades
florescem de seres divinos
um anjo invencível que sorri
Deus e o Diabo
num mundo sem barulho
os ladrões de sombras
que gracejam ao meu lado
e me mordem os dedos.
E eu volto-me
e tudo se esfuma
num raio verde
que me cega a vista.
JLC280103
(escrito para a exposição “Ó Gente da Minha Terra”, de Paulo Lobo, patente no Instituto Camões do Luxemburgo, 19-31 março de 2003/ Foto: “O Senhor da Praia”, de Paulo Lobo)