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Procópio: há 50 anos a marcar a história de Lisboa

© DR

O emblemático bar Procópio, referência incontornável da noite de Lisboa, completa o seu 50.º aniversário no próximo mês de maio. Este marco histórico é celebrado no dia 5 de maio, a partir das 18h00 com os amigos e clientes habituais do espaço.

Situado no Jardim das Amoreiras, o Procópio foi o primeiro de um conjunto de bares vintage, dos quais fazem parte os bares Paródia, Foxtrot e Pavilhão Chinês, criado por Luís Pinto Coelho e o único com a então sua mulher e até hoje proprietária, Alice Pinto Coelho.

Procópio, que em grego significa “o que progride”, tem acompanhado e se adaptado à evolução dos tempos, mantendo-se hoje como um bar que marca a agenda da noite lisboeta. De bar de whisky quando inaugurou em 1972, abrindo espaço para as vodkas, e a seguir gins, o Procópio é atualmente um bar de cocktails, tendo, inclusive, contratado o campeão português mundial de bar de 1991, pela IBA, como chefe de bar. O profissional reformulou o menu do Procópio e redesenhou a carta de long drinks e cocktails, agora com uma seleção de 43, sem perder de vista o estilo clássico que caracteriza o bar desde a sua abertura.

A história do Procópio é também a dos seus clientes. Ao longo das suas cinco décadas ficou conhecido por “bar da moda” mas também por “bar da revolução”. A proximidade à Assembleia da República ajudou na presença assídua de políticos de vários quadrantes, que ali podiam disputar ideias com uma informalidade impossível noutros lugares de debate. O Procópio era também refúgio para escritores e artistas vários. José Cardoso Pires, que ali tinha lugar reservado e cuja caneta desenhou a paisagem de toda a noite lisboeta, imortalizou-o no Livro de Bordo: «Um chafariz à porta de um bar é cá uma saudação que enternece o maior malvado.» Hoje em dia, junto ao chafariz, a sua pequena esplanada faz as delícias de fins de tarde e noites amenas.

Local de tertúlias, apresentações políticas, conferências, eventos empresariais, produções de moda, filmagens para publicidade, videoclipes, séries e longas-metragens, o Procópio é ainda hoje local de encontros entre escritores, filósofos, artistas, jornalistas, diplomatas, publicitários e políticos. Todas as noites, grupos de amigos escolhem o Procópio como lugar de culto.

Pelas mãos de Alice Pinto Coelho e das filhas, Maria João e Sofia, o Procópio conserva as suas características de serviço clássico. Um bar à porta fechada, com o batente centenário pendurado na mesma, sendo as pessoas recebidas e encaminhadas para uma mesa por uma das proprietárias. Desde que abriu portas, o Procópio mantém o seu cenário intacto pautado pela decoração Arte Nova, com sofás de veludo cor de vinho, espelhos, peças de arte, quadros de época e candeeiros à meia-luz, bem como um nível de música agradável que convida à conversa.

A conservação da traça e alma de origem do Procópio foi, inclusive, enaltecida pela Câmara Municipal de Lisboa, que galardoou o espaço com a distinção de “Loja com História de Lisboa” em 2019.

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