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Prémio português é atribuído a maestrina ucraniana

© DR

A maestrina Oksana Lyniv, fundadora e diretora artística da Orquestra Sinfónica Juvenil da Ucrânia, foi distinguida com Prémio Helena Vaz da Silva 2022, anunciou esta sexta-feira o Centro Nacional de Cultura (CNC), que instituiu o galardão em 2013.

Oksana Lyniv, de 44 anos, é, atualmente, diretora-geral de Música do Teatro Comunal de Bolonha, em Itália, e diretora artística do Festival Internacional de Música Clássica LivMozArt, que se realiza em Lviv, na Ucrânia.

O júri, ao qual presidiu Maria Calado, presidente do CNC, decidiu também conceder um “reconhecimento especial” à artista sérvia Dijana Milošević, diretora do DAH Theatre – Centro de Investigação da Cultura e das Transformações Sociais.

O Prémio Helena Vaz da Silva distingue, anualmente, um cidadão europeu cuja carreira se tenha notabilizado por atividades de difusão, defesa e promoção do património cultural da Europa, em particular através de obras literárias ou musicais, reportagens, artigos, crónicas, fotografias, cartoons, documentários, filmes e programas de rádio e/ou televisão.

No comunicado, a organização do prémio assinala que Oksana Lyniv “assumiu um papel pioneiro como primeira maestrina de uma orquestra de ópera italiana, bem como a primeira maestrina na história do Festival de Bayreuth, que apresentou a sua produção inaugural, a ópera ‘Der fliegende Holländer’”, em 2021.

Oksana Lyniv “desempenhou um papel crucial como uma das figuras mais importantes na paisagem cultural do país e sendo reconhecida como embaixadora cultural da Ucrânia no mundo”.

Citada no comunicado divulgado pelo CNC, Lyniv reagiu à atribuição do galardão: “Durante a terrível guerra que decorre no coração da Europa, quando o ódio cresce e morre um grande número de vítimas inocentes, a cultura tornou-se porventura no meio mais significativo para manifestar a dor e o desespero, para criar testemunhos vivos deste tempo trágico para as gerações futuras e para encontrar forças para restaurar a capacidade mental, unir as pessoas e reconstruir o que foi destruído. É para mim uma grande honra receber o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva. Dedico-o a todos os que prosseguem na luta pelos valores culturais e humanitários durante a guerra.”

Sobre a escolha de Oksana Lyniv, o júri afirmou: “É nosso desejo prestar homenagem à extraordinária combinação de excelência artística, precisão e temperamento da regência de Oksana Lyniv; à fascinante profundidade e amplitude do seu conhecimento e compreensão musicais, bem como à sua abordagem aprofundada da arte, ao seu estudo meticuloso das obras do património cultural europeu e ao seu papel decisivo na sensibilização do público para os valores e diversidade culturais da Europa”.

Já sobre Dijana Milošević, o júri justificou: “Através de muitas das suas obras, Dijana Milošević recuperou histórias esquecidas e inéditas que nos aproximam uns dos outros ao mesmo tempo que celebram as nossas diferenças. Ao questionarmos a nossa perceção, os nossos hábitos e o nosso passado, podemos compreender o presente e assim mudar o futuro”.

Além de Maria Calado, o júri deste ano foi constituído por Francisco Pinto Balsemão, presidente do conselho de administração do Grupo Impresa, pelo belga Piet Jaspaert, vice-presidente da Europa Nostra, por João David Nunes, vice-presidente do Clube Português de Imprensa, por Guilherme d’Oliveira Martins, administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, pela sérvia Irina Subotić, presidente da Europa Nostra Sérvia, e pela norueguesa Marianne Ytterdal, do Conselho da Europa Nostra.

O Prémio Helena Vaz da Silva foi entregue pela primeira vez em 2013, ao escritor italiano Claudio Magris. No ano passado, o galardão distinguiu a coreógrafa belga Anne Teresa De Keersmaeker.

Instituído pelo CNC, em colaboração com a Europa Nostra e o Clube Português de Imprensa, o prémio conta com o apoio do Ministério da Cultura de Portugal, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Turismo de Portugal.

A cerimónia de atribuição do prémio realiza-se a 24 de novembro, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

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