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Polémica à volta das atividades de centro português em Londres

A atual direção do Centro Comunitário Português de Apoio à Comunidade Lusófona (PSCC), em Londres, foi visada nas redes sociais por Alcino Francisco, jornalista português radicado no Reino Unido, que também integrou os quadros da referida associação e que trouxe a público, através da sua página pessoal, acusações relacionadas com “crimes civis, desvio de fundos públicos e receptação de produtos furtados ou de origem não documentada”.

Questionado pelo BOM DIA sobre a publicação, que pode ler no final deste artigo e que foi divulgada pelas 14h31 do dia 28 de junho, Alcino Francisco corroborou, verbalmente, aquilo que já tinha deixado por escrito no seu mural.

Para o jornalista e fundador do “Palop News”, a exposição das referidas acusações tornou-se indispensável, uma vez que, “ao longo de dois anos”, foi fazendo “perguntas que continuam sem resposta”.

“Quase falei por altura do Natal. Decidi esperar pela Páscoa e depois veio a pandemia, que também não serve de desculpa. Se estive calado até agora, foi para dar uma oportunidade de lavarem a ‘honra do convento’, mas o meu deadline chegou”, admitiu.

A primeira acusação descrita por Alcino Francisco recai diretamente sobre a atual “Assembleia (GAM) composta por pessoas que não podiam votar”, de acordo com os regulamentos do próprio Centro Comunitário Português de Apoio à Comunidade Lusófona.

Tanto na sua publicação como em declarações à nossa redação, Alcino alega ainda que a direção atua de forma ilegal, uma vez que “apenas existem três elementos de um total de cinco obrigatórios, de acordo com os estatutos”.

A sua publicação também dá conta da falta de compromisso do trio diretivo, já que “um deles não aparece desde novembro de 2018, outro está a viver em Portugal e outro só se pode deslocar fora do horário de expediente”.

Também uma suposta “cultura de corrupção” causa preocupação ao antigo dirigente. Alcino Francisco avançou em exclusivo ao BOM DIA que tem acesso a documentos que comprovam o uso indevido de verbas públicas, previamente destinadas a projetos específicos, e desvios que podem ascender às 20 mil libras.

A terceira e última acusação de Alcino centra-se na existência de “equipamentos no Centro cuja origem não está documentada”, tais como “uma impressora, com a ligação à Internet bloqueada, um projetor e uma máquina de cartões de banda magnética”, recursos cuja existência diz poder comprovar.

Quanto a este tópico, Alcino Francisco revelou ao nosso jornal um episódio, passado há cerca de dois anos, em que o Centro Comunitário Português de Apoio à Comunidade Lusófona esteve ligado a um furto, uma vez que “um antigo voluntário foi apanhado pelas câmaras de vigilância (CCTV) a assaltar uma lavandaria e a esconder os objetos nas instalações da associação”. Este caso, contudo, não teve sequência judicial.

Confrontado com uma imagem partilhada na caixa de comentários do “post“, em que é possível identificar Alcino deitado num escritório do Centro Comunitário, o autor do texto garantiu que o fez “várias vezes devido a exaustão e nunca por excesso de álcool”, como é acusado na rede social.

“Confesso que dormi lá ‘ene’ vezes por estar exausto. Sabia da existência da fotografia mas a mesma foi captada num episódio que nada teve a ver com excesso de álcool. Aliás, nunca vivi naquelas instalações”, defendeu-se.

Ouvido pelo BOM DIA, Francisco concluiu a sua versão ao vincar que nunca esteve contra o Centro Comunitário Português de Apoio à Comunidade Lusófona e que descarta qualquer ligação ao mesmo num futuro próximo.

Contactado pelo nosso jornal, ninguém da estrutura se quis pronunciar sobre o caso, remetendo comentários sobre o mesmo para “sede própria” e preferindo “destacar aquilo que [de positivo] se está a fazer”. Contudo, a mensagem de resposta vinca que “as polémicas e o ‘diz que disse’ em nada ajudam uma casa que devia estar fechada há anos e que apenas o voluntarismo mantém aberta”.

O Centro Comunitário Português de Apoio à Comunidade Lusófona é “uma casa onde não existe ninguém com salários, onde [os seus membros] dedicam horas a fazer um serviço pela comunidade”, afirmou fonte da instituição ao nosso jornal.

Entretanto, num artigo não assinado e publicado pelo jornal As Notícias, é dito que “fundos entraram e até podem ter sido gastos em actos de má gestão, mas todos sem excepção tiveram investimentos em acções que beneficiaram a comunidade portuguesa. A conta da instituição esteve congelada durante algum tempo e só há pouco tempo conheceu a regularização e o equilíbrio. Para isso, foi preciso afastar algumas pessoas e criar inimigos e ter a coragem de os aturar em ataques ao Centro, onde muito se diz, mas nada se prova. Apenas palavras… devidamente medidas e dirigidas para fazer mal”.

No mesmo texto o jornal, que não atribui a ninguém estas afirmações, acrescenta saber “que estão em curso negociações com um importante ministério britânico, para ser dado ao Centro poderes para desenvolver uma acção de grande importância para a Comunidade Portuguesa”.

 

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