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Os contos portugueses que vão dar telefilmes

Um conjunto de 13 telefilmes, realizados por diferentes cineastas, com elenco variado, e inspirados em contos de autores portugueses, da produtora Marginal Filmes, é uma das principais apostas da RTP1 para este ano, na área da ficção, foianunciado.

O anúncio foi feito pelo diretor de programas da RTP, José Fragoso, durante uma apresentação aos jornalistas das linhas de orientação do canal para novos projetos.

“Cada realizador pega num conto e num elenco específico”, o que implica envolver “uma comunidade muito alargada” ao longo do ano, já que são 13 cineastas, os diferentes atores com quem cada um quer trabalhar, os guionistas e outros profissionais que vão ajudar a concretizar este projeto, apresentado à RTP pela produtora Marginal Filmes.

Sem adiantar pormenores, José Fragoso avançou os nomes de António-Pedro Vasconcelos, João Cayatte, António da Cunha Telles e José Carlos Oliveira entre os realizadores, e Eça de Queirós, Mário de Carvalho, Alexandre Herculano e José Cardoso Pires, entre os autores portugueses cujos contos serão adaptados.

De José Cardoso Pires, será levado a telefilme o conto “Lavagante”, enquanto Fernando Pessoa terá adaptada a história “Um jantar muito original” – escrita sob o heterónimo inglês Alexander Search – que já está transposta para guião.

Cada filme terá a duração de 60 minutos, será transmitido em ‘prime-time’ e, em princípio, a transmissão tenderá a ser semanal, acrescentou o diretor, considerando que este é “um projeto muito relevante para 2019”, e que é um “conjunto que pode ter sequência no futuro, se correr bem”.

No que respeita a séries, José Fragoso destacou algumas coproduções internacionais em curso, como é o caso de “Auga seca”, com a TV Galiza, e que tem produção assegurada pelo produtor espanhol Jorge Coira.

Trata-se de um ‘thriller’ passado entre o Porto e Vigo, protagonizado por uma atriz portuguesa, no papel de uma mulher integrada num gang de tráfico de droga, que será fundamental para desmontar essa rede.

“A espia” é outra das séries previstas para a RTP1 com coprodução espanhola, que parte de uma ideia da Pandora filmes e que está entregue ao realizador Jorge Paixão da Costa.

Com oito episódios, esta série passa-se em 1941 e a protagonista (ainda sem atriz decidida) faz de espia dupla, na II Guerra Mundial, com a história a decorrer entre Lisboa, Porto e Espanha.

Ainda no âmbito das séries, está prevista uma sobre Fernão de Magalhães e a circum-navegação – de que se assinala este ano o 500.º aniversário –, que terá a intervenção de Espanha e de países sul-americanos.

São seis episódios de 50 minutos cada, que Leonel Vieira está a produzir e que contam a história da viagem de três anos à volta do globo, desde a partida até à chegada (já sem Magalhães).

Outros projetos em agenda, mas ainda sem data de estreia, são as séries “O ano da morte de Ricardo Reis”, de João Botelho, com seis episódios, “Terra Nova”, uma série de 13 episódios, de Artur Ribeiro e Joaquim Leitão, “Luz vermelha”, uma série baseada nas “mães de Bragança”, que começou a ser rodada na semana passada, e a série “Sul”, de Edgar Medina, que foi apresentada no Festival de Cinema de Berlim e que está em montagem, para ser exibida em setembro na RTP1.

Outra série, que já esteve em rodagem, é “O nosso cônsul em Havana”, de Francisco Manso, centrada em Eça de Queirós, enquanto esteve como cônsul em Cuba, “uma faceta pouco conhecida” do autor de “O Crime do Padre Amaro”, e que irá substituir “Teorias da conspiração”, estreada em janeiro.

“Estamos também a trabalhar numa série sobre as Doce, uma ideia da Patrícia Sequeira, que a está a produzir, mas que é um projeto ainda muito verdinho”, disse o diretor de programas.

No que respeita a cinema, além de “Tiro e queda”, ainda em sala de cinema, estão na calha outros filmes, em coprodução e com apoios do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), que ainda não serão exibidos este ano, no ‘pequeno ecrã’: um sobre António Variações, outro sobre Snu Abecassis e um terceiro, intitulado “A herdade de Tiago de Carvalho”, sobre uma herdade no Alentejo e a família que lá viveu durante duas gerações.

Outro destaque da estação pública, no que respeita a séries é o regresso de “Conta-me como foi”, com o mesmo elenco base, mas desta vez centrada nos anos 1980, com novo cenário e novas personagens.

“[A série original] terminava em 1974, no 25 de Abril. Achávamos que fazia sentido voltar à forma, porque é uma marca muito importante da RTP”, afirmou José Fragoso, avançando que atualmente estão a ser feitos os guiões – os primeiros estão em escrita -, no verão serão feitas as gravações e os primeiros episódios serão exibidos no último trimestre.

A RTP1 também apresenta algumas novidades relativamente a documentários, entre os quais se destaca uma longa-metragem documental sobre Sophia de Mello Breyner Andresen, no âmbito do seu centenário, realizada por Manuel Mozos, e que será exibida a partir de setembro.

Outros documentários em andamento são “Mistérios do cérebro”, de António José de Almeida, mas que só chegará à televisão em 2021, e “História do Teatro de Revista em Portugal”, uma série documental de quatro episódios, de 45 minutos, ambos da Panavídeo, assim como uma série documental sobre refugiados, com 11 episódios de 25 minutos, em que se contam as histórias de famílias refugiadas em Portugal, “como se integraram, adaptaram e como olham para trás”.

Ainda na área documental, a RTP prepara programas dedicados a tradições e características especificas portuguesas, como gastronomia (centrada nos restaurantes com estrelas Michelin), vinhos históricos, romarias, arte xávega, “migradores de longa distância” – aves do Tejo rastreadas por uma equipa de biólogos – e os trilhos do ‘salto’, que portugueses usaram para fugir durante a ditadura.

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