Pela poesia enriquecer a nossa vida
pelos animais que paro para ver brincar
pelos humanos que fazem do falar
um meio de se tratar e de comunicar.
Pelo trabalho árduo de cada dia,
pelo alimento que posso usufruir,
tudo eu considero uma dádiva com alegria
como o extase de um céu estrelado.
Pela imensidão e esplendor do universo,
me sinto pequenino como um gafanhoto
neste planeta azul habitável e perfeito
além do proceder humano muito torto.
Pelo objectivo que encontrei na vida
e pelo discernimento adquirido
sobre os acontecimentos actuais,
me sinto tantas vezes ferido.
Por tudo que nos rodeia vejo sua beleza,
por isso pasmo e observo as abelhas
labutando e visitando as flores
com as patas carregadas de néctar.
Pela labuta de um carreiro de formigas
eu digo em voz alta aos preguiçosos,
vejam: como são instintivamente sábias,
preparando seu celeiro no próprio verão.
José Valgode