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O pintor morreu

O povo precisa é de beber.

Já se dizia no tempo da excelência o senhor Botas: “Beber vinho é dar pão a um milhão de portugueses.”

Botas é um apelido do Presidente do Conselho de Estado Novo português, senhor Oliveira Salazar.

Este epíteto ao senhor Salazar advém do facto de usar sempre botas, porque achava pudícia nos vulgares sapatos. Afirma-se com base em registos presenciais e pictóricos que chegava a usar botas com buracos nas solas.

Dia 25 de Julho é dia de Santiago. Um apóstolo de Jesus Cristo. Um santo muito venerado, sendo patrono de imensas freguesias portuguesas, dando nome um pouco pelo país às respectivas toponímias.

Diz o povo que pelo Santiago pinta o bago!

É verdade – ainda que nos tempos que correm já não vejamos tanto que os cachos de uvas começam a maturar!

A maturar, para em Setembro ou Outubro começar-se a colher o fruto de Baco e Dionísio. Com os atropelos linguísticos deixou de se vindimar. – Um pouco como também já se vai apanhar peixes sem pescar.

Sem pescar… porque há quem pesca muito pouco do pouco que é o mínimo, o razoável que é a designada cultura geral.

Lembro, ainda, de ouvir dizer-se de umas ramadas que cobriam alguns caminhos ou nos bardos que ladeavam esses caminhos nos anos sessenta e setenta, e até oitenta em pequenos povoados, e dizia-se: as uvas “já tem pintor.”

Pintor representava acentuar o estio implacável e eram as uvas tintas que começavam a tomar a sua côr!

Isto é que interessa. Haja um bom Samiguel!

Mário Adão Magalhães

(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico).

 

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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