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Fotógrafo dos “bidonvilles” portugueses em França expõe em Portugal

Gérald Bloncourt, o fotógrafo que imortalizou os bairros de lata dos emigrantes portugueses nos arredores de Paris nos anos 60 e 70 expõe esta semana no Fundão e no final da semana em Lisboa.

Esta quinta-feira, Gérald Bloncourt vai estar no Fundão para inaugurar a exposição “Por uma Vida Melhor”, uma mostra constituída em grande parte pelo acervo fotográfico que o artista cedeu ao Museu das Migrações e das Comunidades de Fafe, em 2009.

A mostra no Fundão insere-se no âmbito do colóquio intitulado “Os Labirintos da Memória – Emigração, Memória e Futuro”, que vai acontecer a 23 e 24 de abril e que vai contar com Luc Gruson, diretor da Cité nationale de l’histoire de l’immigration em Paris, com os deputados eleitos pelo círculo da emigração Paulo Pisco (PS) e Carlos Gonçalves (PSD), com o ex-embaixador de Portugal em Paris, Francisco Seixas da Costa, com o filósofo Eduardo Lourenço e o realizador José Vieira, autor de “A Fotografia Rasgada” (2002).

No programa das mesas redondas estão temas como “A emigração como fenómeno estrutural da sociedade portuguesa”, “O papel da emigração na economia, na cultura, no imaginário”, “Os lusodescendentes e a cidadania europeia”, “O papel da emigração nas regiões de origem” e “Reflexão sobre os Labirintos da Memória”.

O fotógrafo, de 88 anos, que reside em Paris, vai ainda deslocar-se a Lisboa para inaugurar, a 25 de abril, a exposição “O olhar comprometido de Gérald Bloncourt”, na Casa da Achada – Centro Mário Dionísio, onde vai também participar em conversas sobre emigração, fotografia e memória a 26 e 27 de abril.

A mostra insere-se no ciclo “Bastidores – fazeres que não se vêem”, numa referência aos “bastidores das artes e profissões, os bastidores da política e do dinheiro, os bastidores das vidas e quotidianos”, escreve a página internet da associação, sublinhando ainda “os bastidores” das datas do 25 de abril e do 1.º de maio.

“Bastidores”, que Gérald Bloncourt pôde fotografar nas vésperas do 1.º de maio de 1974, em Lisboa, e que alimentaram uma ligação com o povo português que fez com que muitos lhe atribuíssem “o título de fotógrafo da emigração portuguesa”.

“Acompanhei toda a emigração na época de Salazar, fui a Portugal, passei os Pirinéus a pé, acompanhei-os [emigrantes] no comboio de Hendaia a Paris, tive a sorte de cobrir a Revolução dos Cravos. Agora, os portugueses consideram-me como a memória de todas estas coisas. Aceito o título de ter sido, entre aspas, fotógrafo da emigração portuguesa. Mas são as pessoas que estão nas fotos que têm mérito, eu limitei-me a carregar no botão enquanto eles viviam um inferno”, disse o fotógrafo à Lusa.

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