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O bom vizinho

“Cuidar dos interesses dos nossos vizinhos é essencialmente cuidar do nosso próprio futuro.”

Dalai Lama

Quem nunca ouviu dizer que um bom vizinho vale mais que um bom familiar que more longe?

Já desde a Idade Média que ser um bom vizinho significa ser um bom cidadão, aliás, na língua portuguesa o significado da palavra cidadão é vizinho. O vizinho está sempre ao pé para nos livrar de situações inesperadas, se temos visitas e nos falta o açúcar, se estamos a cozinhar e nos falta o sal, e por estes dias se na hora do aperto nos falta o papel higiénico…

Eu já tive muitas experiências com vizinhos, mas que hoje são histórias que me fazem rir. Sempre morei em apartamentos, quase eles todos segundos direitos. Os vizinhos que mais me marcaram e que nunca me vou esquecer, foram as pessoas que também me ajudaram a construir a pessoa que sou hoje.

Existiram muitas fases na minha adolescência em que em minha casa praticamente moravam só mulheres, porque o meu pai viajava muito (um dia falo-vos do meu pai, o homem que viajou meio mundo), então só estávamos em casa eu, a minha irmã mais velha e a minha mãe.

Tínhamos uma vizinha, a dona Isabel, que tinha uma filha a Inês, que era da mesma idade que a minha irmã. A recordação que tenho da dona Isabel, é de uma mulher de personalidade forte e independente, que estava todos os dias a beber whisky e a fumar no cadeirão da sua sala. O fumo era tanto que deixava uma espécie de neblina no ar, que na minha imaginação, a brincar com as bonecas, no meio dos vasos com plantas, fazia de conta que era uma exploradora no meio de uma selva na neblina à espera de encontrar uma anaconda. Com essas vizinhas eu joguei o meu primeiro videojogo, numa consola ‘Master System II’, o Alex Kid. Pratiquei o meu primeiro desporto fora da escola, a patinagem artística no gelo. E, lembro-me também das vezes que nos juntávamos com as filhas do senhor Araújo do restaurante da zona, e fazíamos coreografias para depois apresentá-las ao fim de semana depois do jantar.

Tivemos um outro vizinho, muito tinhoso, que um dia veio bater-nos à porta a queixar-se que estávamos a fazer muito barulho. A minha mãe, muito delicadamente, pede-lhe para esperar, e aparece-lhe com a vassoura a dizer “Se o Senhor volta a perturbar-me a mim ou às minhas filhas desce as escadas até casa à vassourada!”. E nunca mais vimos o homem.

Depois tive outro vizinho, o traficante da zona. Lembro-me que ele estava sempre com gente em casa “nos seus negócios”, e que a sua casa estava sempre com muito fumo! Sempre que eu ia à mercearia passava lá por casa a perguntar-lhe se ele precisava de alguma coisa, aquela gente ficava sempre com muita fome depois de consumir certas substâncias. E desde que ele foi meu vizinho nunca mais tive problemas com ninguém na escola ou na minha rua, estava bem protegida ao ponto de que quando eu comecei a namorar com o meu marido ele quis conhecê-lo para saber se era bom rapaz. Fez o papel de irmão mais velho.

Antigamente, na era onde os telemóveis não existiam, provavelmente era mais comum conviver entre vizinhos. É muito importante não deixarmos de nos achegar às pessoas que moram perto de nós, porque provavelmente numa hora de aflição estes são os primeiros a estar lá para nos dar a mão.

Por isso faça um bolo para os seus vizinhos! Aqui vai uma sugestão fresca para o verão.

Bolo de ananás

Ingredientes:

300 g de açúcar

280 g de farinha

200 g de manteiga amolecida

80 g de caramelo líquido

1 lata de ananás em calda

6 Ovos

1 colher (café) de fermento em pó

Preparo:

Escorra as rodelas de ananás. Forre uma forma com o caramelo e disponha no fundo as rodelas de ananás.

Numa tigela, bata a manteiga com o açúcar durante cerca de 2 minutos. Adicione os ovos, um a um e batendo bem. Adicione de seguida 0,5 dl da calda do ananás, junte depois a farinha e o fermento e envolva muito bem.

Coloque o preparado anterior na forma e leve ao forno pré-aquecido a 180ºC durante cerca de 35 minutos ou até ficar bem cozido. Retire o bolo de ananás, deixe arrefecer, desenforme e sirva com uma bola de gelado de limão.

Dévora Cortinhal

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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