Nezahualpilli,
Espírito forte,
Consciente, justo,
Rei de Tetzcuco.
Grande astrônomo do seu tempo,
Sábio, inteligente, alto, forte e moreno,
Apaixonado, monárquico e grandioso.
Teus olhos negros tinham o brilho das estrelas
Que nas infindas noites astecas contemplavas,
Quando no alto de sua torre se posicionava
E ali, naquele mundo só seu, confinado,
Aos segredos dos astros seu espírito entregava.
Trazias no peito sagrado amuleto de amor,
Pequeno coração de jade,
Em singelas cadenas de ouro incrustado,
Presente feliz de teu sábio pai, Nezahualcoyotl,
Que em seu adeus ao mundo lhe regalara.
Tu, Nezahualpilli,
Místico, sábio e determinado,
Tinhas o espírito na luz dos tempos iluminado,
Mas na vida íngreme confinado,
Sofrias a dor lancinante de quem,
Injustamente, se vê sacrificado.
Teus negros olhos, muitas noites,
O destino de teu povo contemplara,
Quando cansado, peito oprimido e coração saudoso,
Do alto de sua torre posicionado,
Nos mistérios dos astros te aprofundavas,
E a tudo olvidavas,
Enquanto, lá em baixo, o grandioso povo asteca
Seguia por Huitzilopchtli fanatizado.
Arádia Raymon