Apesar da instabilidade climatérica, milhares de amantes do ralicrosse rumaram ao Circuito Internacional de Montalegre, este fim de semana, para viver a adrenalina e o espetáculo oferecidos por uma modalidade que atrai público de todas as idades.
A previsão meteorológica para o fim de semana não era a mais convidativa. Ainda assim, milhares de amantes do desporto motorizado rumaram ao Circuito Internacional de Montalegre para ver, de perto, as estrelas do ralicrosse, numa pista que coleciona elogios ano após ano.
Foi o caso de Fernando Raimundo e de Maria Augusta Coutinho, de Sever do Vouga, no distrito de Aveiro, que se fizeram à estrada na última madrugada para assistir ao mundial de ralicrosse pela segunda vez.
“Montalegre é fantástico. A pista é do melhor que há, daí que o mundial seja feito aqui. Gosto muito de desporto motorizado e agora que estou reformado, acompanho ainda mais. Acabo por encontrar os mesmos grupos pelo país, a rapaziada mais nova”, vincou Fernando Raimundo, de 70 anos de idade.
Já a esposa, de 72, que faz questão de acompanhar Fernando em todas as provas, explicou à agência Lusa que vive intensamente as competições, sobretudo quando há “duelos” mais renhidos.
“O que eu gosto é quando eles andam juntinhos, mesmo próximos uns dos outros, e aí é que a adrenalina sobe”, explicou Maria Augusta.
Vindos de Ponte de Lima, o grupo de amigos “Dá-lhe Zé” também não quis faltar ao mundial de ralicrosse. O presidente, Joaquim Meneses explicou que, depois de muitos anos a percorrer o país movidos pela paixão por automóveis, resolveram formar o grupo precisamente nesta data, há dois anos.
“Estamos aqui pela quarta vez. Somos mais de 20 elementos, dos 16 aos 60 anos de idade, da mesma terra. Como gostamos todos de rali e já andávamos pelo país há cerca de 30 anos, decidimos fundar este grupo”, explicou.
Ainda que um pouco desiludido com a ‘performance’ de Sébastien Loeb, Joaquim Meneses afirmou que a pista de Montalegre “nunca desilude”, mostrando-se agradado com os carros elétricos e a prestação dos pilotos portugueses.
“O arranque é agradável, ainda que a qualidade e fiabilidade esteja longe dos carros de combustão, mas em termos de espetáculo até gosto. Ao mesmo tempo, aqui os [pilotos] portugueses mostram um bocadinho daquilo que são e é muito bom vê-los bem classificados”, vincou.
Para Celestino Santos, que assistiu pela primeira vez ao mundial em Montalegre, os carros elétricos farão parte do futuro, acreditando que a adaptação a esta nova realidade seja uma questão de “hábito”.
“O espetáculo está lá na mesma. Como adepto dos ralis, é óbvio que os motores a combustão agradam pelo barulho, mas os elétricos estão a surpreender-me bastante nesta categoria devido às prestações em pista. É uma boa aposta”, revelou.
Quanto à estreia nas bancadas da pista barrosã, o portuense mostrou-se surpreendido com o traçado e a própria organização do circuito.
“Nunca tinha vindo ao mundial de ralicrosse a Montalegre e está a ser espetacular. Estava tão curioso que vim na sexta-feira, com a família toda. A pista está muito bem organizada, o traçado é espetacular e dá para ver toda a parte bonita da competição”, concluiu.