Nestas datas, como Maio, de maior louvor, de peregrinações e veneração à Nossa Senhora de Fátima, as televisões, em anos anteriores, mostravam a esmo as violentas peregrinações, e as voltas em joelhos no santuário, o que concorre com a saúde que, em muitos casos, terá sido rogada exactamente à Senhora de Fátima.
Lembro que há uns anos, nesta data, ver um padre na televisão, de quem só recordo o nome: Almino – muito coloquial e eloquente, dizia “não tem Fé nos santos”. “Tem admiração”. Dizia que a Fé “devia ser mais ‘cristocêntrica'”.
Por mim estou de acordo. Penso que é sensato. Cada um tem direito à sua Fé, desde que não violenta, porque será o que o santo alvo da prece não quer.
Interessante seria que os restantes católicos-apostólicos tivessem isto em conta. A Igreja tem aqui um papel importantíssimo: ensinar, fraternizar ao invès de promover esta prática.
Para mim é uma questão velha, resolvida, e que a Bíblia, por sinal, diz que se não deve adorar senão a Deus. A mesma Igreja, simultaneamente, promove estas peregrinações peregrinas. Era sobre isto que o senhor padre Almiro perorava.
Ainda, diz a Bíblia que cada um pense para o próprio dia e não no amanhã, porque o futuro está nas mãos de Deus. O futuro a Deus pertence – é já uma sentença popular.
Lembro ao tempo uma troca de impressões com pessoa amiga que transcrevo e por isso, ainda que esta peça vá assinada por mim, não tem de transmitir rigorosamente o que eu penso ou possa pensar:
“Entristece-me ver o que se faz em nome do Senhor, quando o grande sacrifício que Deus nos pede é o de o louvarmos, de o amarmos e de amarmos o nosso próximo como a nós mesmos. Jesus já derramou na cruz todo o sangue, todo o sofrimento pela humanidade. Deus abomina a idolatria”, arrematava.
(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico).