Lucro da Volkswagen desceu 64%: o que significa isto para o mercado automóvel?
O terceiro trimestre de 2024 terminou com o Grupo Volkswagen a ver o seu lucro cair 64% quando em comparação com o período homólogo de 2023 “ficando-se” pelos 1,57 mil milhões de euros.
Segundo Arno Arlitz, responsável operacional e financeiro da empresa que, recorde-se, conta com uma unidade de produção que emprega quase 5 mil trabalhadores em Portugal (Auto Europa), estes resultados “sublinham a necessidade urgente de uma significativa redução de custos e ganhos de eficiência”, até porque, explica, esta margem de lucro operacional é tida como insuficiente para que o grupo alemão faça a necessária transição para uma mobilidade elétrica.
Volkswagen pondera encerrar três unidades de produção na Alemanha
Face a estes resultados, o grupo está a ponderar tomar algumas decisões que, a verem a luz do dia, vão provocar uma onda de choque que pode, inclusive, chegar a Auto Europa e colocar em risco o posto de trabalho de milhares de trabalhadores portugueses e ter um impacto profundo no PIB nacional.
Entre essas possíveis decisões encontra-se o fecho de três fábricas na Alemanha, o corte de 10% nos salários dos trabalhadores, o congelar aumentos salariais durante dois anos e o reduzir a capacidade de produção nas sete fábricas que restariam no seu país natal, medidas que estão a deixar as comissões de trabalhadores e sindicatos alemães em alvoroço.
Segundo as comissões de trabalhadores, este plano significaria a perda de dezenas de milhares de postos de trabalho.
Apesar de, para já, descartar este cenário, Arno Arlitz afirmou que o mercado automóvel europeu está em queda desde a pandemia e o grupo Volkswagen não ficou à margem, já que em 2019 vendia cerca de 16 milhões de unidades por ano e, hoje em dia, passou a vender apenas 14 milhões de unidades.
Face a este cenário, que o responsável prevê que se mantenha num futuro próximo, é provável que isso obrigue o grupo Volkswagen a uma reconfiguração da sua produção que, como já afirmamos, poderá ter consequências imprevisíveis no mercado.
Em que ponto se encontra o mercado automóvel português?
Tal como afirmou Arno Arlitz, as vendas no mercado automóvel europeu estão em queda e os dados da Associação dos Construtores Europeus de Automóveis (ACEA) comprovam-no.
De acordo com a associação, as vendas de automóveis no velho continente registaram, em agosto passado, um recuo de 18,3% face ao período homólogo de 2023, mas se observarmos os dados com alguma atenção há mercados que se revelaram em contraciclo, como é o caso do espanhol, do italiano e do português.
No caso português, dados da ACAP (Associação Automóvel de Portugal), as vendas aumentaram 4,4% até agosto face a igual período de 2023, registo impulsionado, sobretudo, pela venda de ligeiros de mercadorias (+19,5%) e pesados de passageiros e/ou mercadorias (+3,5%).
Quanto aos veículos ligeiros de passageiros, entre janeiro e agosto venderam-se 142 789 unidades, mais 2,5% do que em igual período de 2023.
Energias alternativas já correspondem a metade do mercado automóvel nacional
Com a transição energética em cima da mesa e a ser, como vimos, uma das razões para o Grupo Volkswagen estar a ponderar o seu redimensionamento, vejamos em que ponto se encontra o mercado português nesta matéria.
Recorrendo, uma vez mais, aos dados da ACAP, é-nos possível perceber que, atualmente, 51,7% dos veículos vendidos no nosso país são movidos a energias alternativas, nomeadamente a eletricidade que, neste ponto, se destaca com uma fatia de 16,5%.
Entre as razões para esta aposta crescente dos consumidores portugueses em automóveis elétricos encontramos, por exemplo, os apoios do Estado à aquisição (4 mil euros por um veículo elétrico até 62,5 mil euros + IVA), a isenção do pagamento do IUC (Imposto Único Automóvel) e do ISV (Imposto Sobre Veículos) e estacionamento gratuito em diversos municípios do país.
Pelo valor de venda ao público deste tipo de veículos ser, na maioria dos casos, um grande entrave à sua aquisição, cada vez mais consumidores olham para o florescente mercado de usados elétricos como a melhor opção para, simultaneamente, pouparem combustível, a carteira e o ambiente.
Apesar de os apoios do Estado só recaírem sobre viaturas elétricas novas, os consumidores podem dispor de soluções de financiamento que lhes permitam contribuir, sem grandes complicações ou gastos desmesurados, para a transição energética, como é o caso do crédito automóvel.
Por exemplo, no Credibom, instituição de crédito que foi premiada com o prestigiado prémio Escolha do Consumidor 2024, os consumidores encontram um crédito automóvel que lhes dá a possibilidade de usufruírem de montantes de financiamento até 75 mil euros com prazos de reembolso entre 24 e 120 meses e taxas de juro mais competitivas (TAN desde 6,35% e TAEG desde 8,95%) quando comparadas com outros tipos de créditos.
Além do financiamento, este crédito garante que a viatura seja registada em nome do cliente e coloca ao seu dispor um seguro automóvel com a cobertura que mais lhe convier (não obriga a Danos Próprios).
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