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Liechtenstein: família portuguesa controla comércio mundial de madeira

Uma investigação conduzida ao longo de dois anos pela ONG Global Witness revela que a empresa Norsudtimber — com sede no Liechtenstein e de que são sócios três irmãos portugueses — é responsável pela exploração ilegal de 90% das concessões de madeira que detém na floresta tropical da República Democrática do Congo (RDC). Esta empresa e as suas subsidiárias Sodefor, Forabola e La Forrestière du Lac, de que são sócios os irmãos Trindade explora árvores de espécies ameaçadas ao longo de 40 mil quilómetros quadrados neste país africano e controla 60% do comércio internacional de madeira.

As árvores das concessões detidas pela empresa em causa precisam de 100 a 230 anos para atingirem o seu diâmetro mínimo, mas são sujeitas a planos de corte de 25 em 25 anos. E aos habitantes locais não chegam benefícios nenhuns, garante a ONG.

“A Norsudtimber está a cortar a floresta tropical ilegalmente e a lucrar com isso, graças a uma estrutura corporativa secreta baseada em paraísos fiscais”, acusa Jules Caron, um dos ativistas desta organização não governamental que investiga a ligação entre exploração de recursos naturais, corrupção e abusos de direitos humanos a nível mundial. As empresas acusadas de desflorestação ilegal têm sede em paraísos fiscais no Liechtenstein, Dubai ou Hong Kong.

Reagindo às acusações, a empresa emitiu um comunicado negando os dados revelados no relatório da Global Witness e argumentando que cumpre a legislação congolesa.Por outro lado, segundo o site suíço Money House, a empresa dos irmãos portugueses estará em fase de liquidação.

França e Portugal são os principais países europeus importadores destas madeiras exóticas, sendo que 78% das exportações realizadas entre 2013 e 2017 seguiram para o Vietname e para a China.

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