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Leixões com boas condições para se ligar à América do Sul

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O presidente dos portos de Leixões e Viana do Castelo, Nuno Araújo, disse esta quarta-feira à Lusa que a costa atlântica está bem posicionada para se ligar ao Mercosul, num momento em que a Europa procura mercados alternativos de abastecimento.

“Acho que estamos bem posicionados, nesta costa atlântica, para nos ligarmos ao Mercosul (Mercado Comum do Sul), por exemplo, e para um conjunto de ‘commodities’ (matérias-primas) com que nós éramos abastecidos por alguns países europeus, e que por força da guerra ficámos, no fundo, nesta fase, afetados”, disse à Lusa o presidente da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL).

O responsável falava à margem do seminário “Padrão Tecnológico para a Logística da Eurorregião” Galiza – Norte de Portugal, que decorreu hoje no porto de Leixões, em Matosinhos, no distrito do Porto, em que a plataforma de digitalização CoLogistics foi divulgada.

Para Nuno Araújo, é necessário virar “para outro tipo de mercados, para satisfazer as necessidades de Portugal e não só do país, de Espanha e da Europa”.

O administrador do porto de Leixões considerou ainda que a guerra na Ucrânia acabou por abrir “um conjunto de oportunidades para as quais nós vínhamos estando um pouco adormecidos”, dado que “ninguém discutia esse tema nos portos e nas questões relacionadas com logística”, mas acabou por reforçar “a importância da costa atlântica”.

Questionado acerca da paralisação de alguma parte da sociedade chinesa, nomeadamente da cidade de Xangai, devido às políticas de contenção da pandemia de covid-19, Nuno Araújo considerou que esse fator não constitui novidade.

“A paralisação de Xangai não é nada que nós já não tenhamos percebido com a paralisação por força do início da pandemia. Acho que coloca ao país necessidades logísticas diferentes das que vínhamos estando habituados”, disse à Lusa, falando ainda na necessidade de reindustrialização do país e da autossuficiência nalguns setores económicos.

Sobre a eventual escassez de alguns bens que se esteja a observar em Leixões, Nuno Araújo descartou problemas, mas afirmou que “a única questão que está a ser monitorizada com proximidade, e tem a ver com a guerra, não necessariamente com a pandemia, é a questão dos cereais”, apesar de o Governo já ter garantido que não faltarão em Portugal.

O administrador considerou que ferramentas de digitalização como a CoLogistics, uma plataforma digital que permite aos clientes da cadeia logística planear o transporte de mercadorias, “veio trazer formas de chegar a outros mercados a que não chegávamos no passado”, permitindo “às empresas poupar recursos, conseguir obter soluções logísticas mais eficientes e responder às necessidades do mercado”.

Na CoLogistics é possível “colocar uma qualquer cidade do país – não tem que ser necessariamente uma cidade portuária – e pedir qual é a nossa necessidade, o que é que queremos transportar, e aparece um conjunto de empresas que darão resposta a essas necessidades”, explicou Nuno Araújo.

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