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Jeep Wrangler Rubicon: coisas boas que não mudam

Não faria sentido escrever sobre o Jeep Wrangler sem falar primeiro do Jeep Willys, que esteve na origem da marca americana. Nasceu devido a uma grande necessidade do exército norte americano se deslocar, em plena Segunda Guerra Mundial, por zonas onde os automóveis normais não passavam. A produção do pequeno todo-o-terreno foi de aproximadamente 647 925 unidades e esteve ativa desde 1941, dai as inscrições “Since 1941” que se encontram em quase todos os modelos atuais da marca, a produção do automóvel da segunda guerra mundial, terminou no mesmo ano em que a guerra teve fim, em 1945.

O que dizer acerca do Jeep Wrangler? Felizmente não precisamos de transportar corpos, de reconhecer caminhos de guerra ou de adaptar metralhadoras. Contudo, é o automóvel de série que mais preparado está para o todo-o-terreno, tal como acontecia com o Jeep Willys. Está tão preparado que nos fez ficar a pensar que somos autênticos meninos no todo-o-terreno, e somos…

Todo o Jeep Wrangler traz de volta o design do pequeno Willys, a grelha tornou-se uma imagem de marca da Jeep e o Wrangler é o modelo que melhor a expressa. A grelha é muito fiel ao Willys, os faróis são redondos como os do Jeep Willys e até mesmo o para-choques da frente continua a ser bastante direito, tal como aquela barra de ferro colocada pouco abaixo da grelha na segunda guerra mundial.

A altura ao solo do Jeep Wrangler é maior, mas há coisas que não mudam… Na versão Rubicon conseguimos tirar as portas, o capô é preso com umas presilhas e pode-se ainda baixar o pára-brisas e retirar a capota ao ponto de ficarmos apenas com o roll-bar.

A tampa da bagageira abre como as portas dos frigoríficos e o tampão do gasóleo é também ele trabalhado e em metal. Todo o aspeto mais extremo do Jeep Wrangler, traduz na perfeição o seu propósito. O Jeep Wrangler não é de todo um automóvel convencional e percebemos isso à primeira vista.

No interior a qualidade de montagem é excelente com bons materiais e um design pouco comum. O estilo “retro” é vincado pelo volante multi-funções em pele bastante reto, pelo painel de instrumentos com um estilo mais conservador e pela consola central bastante direita. Mesmo o perfil da própria cabine, faz-nos sentir como se estivéssemos num autêntico cubo, o que acentua o estilo exclusivo deste modelo que se tornou um ícone da marca e uma referência no todo-o-terreno.

A Jeep quis exclusividade no equipamento, por isso temos assentos aquecidos, luzes de leitura LED por cima do retrovisor interior e nos assentos dianteiros junto ao roll-bar e ainda podemos optar por uma chave mãos-livres ou por retrovisores aquecidos. As saídas da climatização e os comandos mantém o ar antiquado, que tão bem fica no Wrangler. O painel de instrumentos oferece informações pouco comuns como bússola, temperatura exterior, conta-quilómetros digital, informações sobre o veículo, visor ECO, poupança de combustível, autonomia, um temporizador, avisos do sistema e muito mais.

No topo da consola central temos o sistema de navegação e multimédia UConnect, um pouco mais básico do que estamos habituados, mas ainda assim conseguimos ligação Bluetooth para chamadas e multimédia, controlo por voz, portas auxiliares e USB. Não podíamos deixar de dar destaque ao sistema de som Alpine que conta com 9 altifalantes, um amplificador de 552 watts, um subwoofer de 8×12 polegadas e ainda uma barra de som sobre a cabeça.

Todo o interior tem tampões de drenagem, que permitem passar em zonas com muita água ou mesmo lavar o Jeep Wrangler por dentro sem que este fique alagado ou danificado.

A tarefa de conduzir o Jeep Wrangler é diferente. É um automóvel “saltitão” na estrada, com uma posição de condução confortável e quase épica. Para os desentendidos do TT, tem uma série de botões que nunca vão utilizar na vida. O conforto a bordo é impressionante para o tipo de automóvel, as lombas na estrada, parecem pequenos buraquinhos e os passeios parecem as pinturas de divisão de faixas. O Jeep Wrangler trepa tudo e por isso, seria injusto testá-lo nos mesmos sítios onde passamos com pequenos SUV utilitários ou automóveis de “calças arregaçadas”. Como a nossa experiência no TT não é muita decidimos ir passear com outra lenda… Um amigo que trouxe um Land Rover Defender.

O Jeep Wrangler tem capacidades de todo-o-terreno que não encontramos em nenhum automóvel que esteja à venda atualmente: podemos fazer essa afirmação quando conseguimos subir autênticas “paredes” com buracos e valas de arrepiar, com pneus mistos, pouco ideais para explorar todo o potencial do Wrangler. O melhor de tudo isto, é que apesar de não termos grande experiência nestas andanças, pouco ou nada tivemos a temer ao volante do Jeep Wrangler, uma vez que todos os dispositivos eletrónicos e toda a tecnologia presente neste automóvel ajudou a ultrapassar sem grandes dificuldades zonas onde a tração era pouca, a inclinação muita e as valas pareciam autênticos precipícios.

O Jeep Wrangler está dotado com o emblema “Trail Rated”. Trata-se de uma espécie de identificação por parte da Jeep, para alguns dos seus modelos que têm capacidades de todo-o-terreno que se identificam com as bases da marca e não só… “Trail Rated” significa também que os veículos passaram pelo centro de testes de Nevada (NATC), que avalia automóveis de todo-o-terreno tendo em conta a tração, a distância ao solo, as capacidades no fora de estrada, a manobrabilidade e a capacidade de passar em locais com muita água.

Alguns dos sistemas que tornam o Jeep Wrangler tão exclusivo e capaz são o diferencial dianteiro Dana 44, diferenciais com bloqueio electrónico Tru-Lok, a desconexão eletrónica da barra estabilizadora e ainda um sistema de tração integral do melhor que há apelidado “Rock-Trac” que está disponível apenas no Jeep Wrangler Rubicon.

Este sistema aumenta significativamente o binário nas rodas, facilitando as manobras extremas do todo-o-terreno. Consegue-o através de uma relação baixa da caixa de velocidades, que permite andar a velocidades reduzidas com maior força nas rodas quando esta é necessária. A durabilidade está assegurada por eixos pesados e rolamentos largos. O bloqueio Tru-Lok permite bloquear o eixo traseiro ou dianteiro e ajuda a equilibrar a velocidade entre as rodas de cada um dos lados. Para a cereja no topo do bolo desconectamos a barra estabilizadora abaixo dos 30km/h com “baixas” para que as rodas dianteiras consigam executar melhor certos obstáculos.

O Jeep Wrangler é capaz de rebocar até 2200kg e tem Controlo de Oscilação do Atrelado.

Apesar de termos falado do comportamento em estrada e em todo-o-terreno não podíamos deixar de falar no motor, nas prestações e nos consumos. O Jeep Wrangler está equipado com um motor 2.8 Litros CRD de 4 cilindros com 16 válvulas que debita 200cv de potência e 460Nm de binário. Esta receita proporciona uma aceleração dos 0 aos 100km/h em aproximadamente 10 segundos e uma velocidade máxima de 170km/h. Os consumos rondaram os 10,1 Litros a cada 100km, normal se tivermos em conta a aerodinâmica de um tijolo, os 200cv de potência e a caixa curta.

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