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Governo quer mais países a proporem língua portuguesa nas escolas

Um total de 25 países na Europa, África e América oferecem o ensino do português nos currículos escolares e o governo português diz que é “objetivo exequível” aumentar esta rede, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros.

“Já são 15 os países europeus que oferecem português como língua estrangeira nos currículos da sua educação básica ou secundária”, afirmou Augusto Santos Silva, na abertura do terceiro encontro da rede de ensino português no estrangeiro, subordinado ao tema “A mediação no ensino português no estrangeiro”, que decorreu em Lisboa.

Segundo o ministro, “há vários” destes países onde não existe a rede de ensino português no estrangeiro – casos da Croácia, República Checa ou Noruega -, pelo que defendeu que a ” combinação entre as duas redes vai ser cada vez mais importante”.

“Os efeitos positivos são recíprocos: uma boa rede de ensino português no estrangeiro ajuda à disseminação do português como opção curricular nos respetivos ensinos e inversamente”, considerou.

Além dos exemplos europeus, há mais cinco países africanos que garantem já a oferta curricular do português, e mais cinco americanos.

“Expandir esta rede é um objetivo perfeitamente exequível”, sustentou Santos Silva.

O ministro lembrou que os 22 países da Conferência Ibero-Americana (19 da América Latina e Portugal, Espanha e Andorra, na Europa) têm o compromisso de proporcionar o ensino da outra língua (português ou espanhol, consoante o caso), tal como os 18 Estados que são observadores associados da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

“No que diz respeito à rede de ensino português no estrangeiro, a previsão meteorológica é de bom tempo, é positiva”, sublinhou o ministro, afirmando que tal significa “um aumento das responsabilidades” em vários planos.

São eles: a consolidação da rede, o reforço do Camões — Instituto da Cooperação e da Língua, a qualificação do ensino, a certificação e credenciação das aprendizagens, a “boa combinação” entre educação presencial e educação à distância e o “casamento duradouro entre esta própria rede e as outras presenças da língua portuguesa no ensino secundário nos países em que as comunidades estão presentes”.

Sobre a projeção do português como língua global, Santos Silva considerou que o ensino português no estrangeiro ou como oferta curricular não são incompatíveis.

O governante defendeu que os “cinco ou seis milhões de portugueses e lusodescendentes que vivem um pouco por todo o mundo também são, eles próprios, uma das razões que levam a que português seja uma língua global, falada virtualmente em todo o mundo”.

“Sempre que respondemos especificamente ao imperativo constitucional de garantir aos filhos dos portugueses que vivem no estrangeiro um ensino português de qualidade que lhes é prioritariamente dirigido, estamos também a contribuir para a projeção global da nossa língua”, salientou.

Por outro lado, há que “saber distinguir o que é o ensino da língua — que será cada vez mais assumido por diferentes países nas suas escolas básicas e secundárias – do que é o ensino português no estrangeiro, que se destina não apenas a garantir o ensino da língua, mas também a formação em elementos que são identitários, como a geografia, a história ou a realidade contemporânea da sociedade portuguesa”, referiu Augusto Santos Silva.

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